Amor Venenoso- Severus Snape

Péssimo começo

Pietra P.O.V

  No dia seguinte, me preparei com os livros e pergaminhos pronta para começar a dar aula. A primeira aula do dia seria a do sexto ano e estava preparada para tudo. Quando os alunos chegaram fui receptiva e sentei em minha mesa esperando pelo resto. No momento em que todos se arrumaram foi a minha vez de levantar.

— Bom dia — cumprimentei — acho que não preciso me apresentar, todos já me conhecem. Vamos para o assunto. Está matéria não é fácil, principalmente com os N.I.E.Ms que terão que fazer. A diferença entre quem entende e não é a força de vontade, prática e a sua base de estudos. Com isso pode ir a qualquer lugar. É a fórmula do sucesso!

  Engoli seco e continuei:

—  A arte das trevas é sempre imprevisível, por isso vou não apenas ensinar como se defender, mas compartilharei diversas opções que poderão ser usadas em um campo de batalha. Derrotar o mal pode dar medo, porém é algo possível de fazer se tens força de vontade, prática e base de estudos. Estarei aqui para quem precisar e para quem não precisar também. Alguém tem alguma dúvida?

  Um dos alunos levantou a mão trêmula.

— Seu nome, querida?

— Parvati Patil.

— Qual é a sua dúvida?

— O que são aqueles quadros? — apontou para a parede.

  Ah, os quadros. Aparentemente esse lugar foi decorado por Snape. Como sei que foi ele? Ninguém colocaria umas cortinas tão feias. Claro que dei uma repaginada na sala, mas o quadros ficaram ali.

— São respectivamente: a Maldição Cruciatos, um beijo do dementador e uma agressão a um Inferius — Indiquei cada um.

— Estão já foi avistado algum Inferius? Então é oficial, ele está usando Inferius? — Perguntou a garota.

— Antigamente ele usava, mas atualmente não temos nada confirmado. Mais alguma dúvida? Não? Então vamos começar a aula. Alguém pode dizer as vantagens de um feitiço mudo?

  Outra mão se levantou.

- Seu nome?

- Hermione Granger.

- Diga-me, Srta. Granger: Qual é a vantagem de um feitiço mudo?

- O adversário não pode prever que tipo de feitiço a pessoa vai realizar, o que lhe dá uma fração de segundo de vantagem.

- Muito bem! 10 pontos para Grifinória. Agora quero que façam duplas e tentem fazer feitiços mudos. Um atacará e outro se defenderá sem falar nada.

As duplas se juntaram mas no começo foi muita enrolação, a maioria murmurava e em dez minutos só uma aluna conseguiu fazer.
  Quem educou estas crianças?
Estava andando entre os alunos observando os "feitiços murmurados".
Passei pelo filho de Tiago, que estava com um garoto ruivo que fracasava em lançar um feitiço.

- Com licença — pedi educadamente — Atenção todos! Vou mostrar um exemplo do que é para fazer.

Imediatamente todos se viraram para mim. Me preparei e lancei um Expelliarmos em mudo. O menino se defendeu com um Protegi em voz alta, me fazendo cair em uma carteira em falar um pouco.

— Potter, eu não pedi para lançar um feitiço não verbal?

— Sim.

— Sim, senhora. — Corrigi impulsivamente.

— Não sou uma "senhora".

Abri levemente minha boca, sem soltar nenhuma exclamação. Me mantive ereta e fiz uma cara séria.

— Quando a pessoa que conhece é um "desconhecido" deve ter um maior nível de respeito. — disse — Talvez eu tenha que deixar claro, que enquanto não somos amigos a educação tem que ser mantida. — fechei os olhos pensativa e rapidamente falei — Menos 10 pontos, terei uma conversa com a diretora da casa para decidir suas consequências. Podem continuar.

  Fui à minha mesa, peguei um pedaço de pergaminho e escrevi ferozmente. Meus dentes rangiam com certa força e minha letra parecia um monte de macarrão.
Não surta, Pietra. Não surta.
Controlei minha respiração quatro vezes e fui fazer um bilhete.

— Potter, venha cá, por favor. — chamei — Entregue isso à Minerva, ela deve estar em seu escritório no momento.

Snape P.O.V

  Eu estava com Minerva, em seu escritório, discutindo sobre a possibilidade de Pietra entrar na Ordem da Fênix. Ambos concordavamos que era uma ótima ideia, mas optamos por esperar um pouco, deixar Pietra se acostumar com o novo trabalho. Repentinamente, a porta se abriu revelando Potter.

– Ehh... Com licença. Me pediram para entregar para a senhora.

Minerva pegou o pergaminho e li atrás dela:

  Cara Professora McGonagall,
O Senhor Harry Tiago Potter cometeu um ato desrespeitoso durante minha aula. Já que é diretora da casa deixarei a detenção sob sua responsabilidade, embora a perda de pontos da casa já foi feita.

                                             Atenciosamente,
                                                        Pietra Linns.

Pobre Pietra, não consegui nem ter uma aula sem ter sido arruinada por Potter e seus amigos.

— Se explique, Potter — abordei o garoto.

— Também gostaria de explicações. — afirmou Minerva.

   Pietra poderia estar se sentindo péssima e por mais que adoraria castigar Potter, eu precisava vê-la.

— Vou indo, Minerva. — anunciei — Como Linns escreveu “deixarei a detenção sob sua responsabilidade”.

  Os alunos já andavam em direção ao Salão Principal, pois era o horário de almoço. Caminhei na direção contrária até chegar em seu escritório. Bati à porta e esperei por ela, mas não fui atendido.

— Pietra, está aí? — não recebi nenhuma resposta — Vou abrir.

   Entrei e não vi ninguém. Estava quase saindo quando escutei uma fungada e voltei a olhar. Pietra estava escondida em uma das poltronas com a almofada na cara e desabando em lágrimas.

— Pietra...

— FOI UM FRACASSO — gritou ela com a fala trêmula — NÃO CONSIGO DAR U-UMA SIMPLES AULA!

— N-não, Pietra, você é demais e é uma boa professora. Não deveria se sentir ofendida por causa de um aluno baba- — Travei na minha fala — Lembra no nosso quinto ano, eu estava indo mal em runas antigas?

— A gente ficou a noite inteira estudando — riu ela.

— É, você não foi dormir até garantir que eu soubesse de tudo. E desde então nunca tive nenhuma dúvida.

  Com meu polegar limpei suas lágrimas e depositei um beijo em sua testa.

— Você sempre será a melhor para este cargo, tá? — coloquei uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.

— Tá.