Dores profundas

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Flashback - 1968
Narrador

Pietra estava sentada na beirada de um riacho, com os pés mergulhados e espirrando água para todos os lados, enquanto olhava para os peixes pequenos e médios nadando assustados. Tom Riddle, que estava por perto, se aproximou por trás e assustou-a.


- Pai! - Pietra riu - não sabia que já voltou!


- Acabei de chegar. - ele sentou ao seu lado - Então, como está indo?


- Bom....Isaac fez uma birra ontem e chutou a minha barriga. Ficou um roxo e está dolorido, além disso estou bem. Como foi o trabalho?


- Não consegui o negócio.


- Ahh, que pena...


Ambos ficaram quietos apreciando o som dos pássaros, do vento batendo nas árvores, dos pés de Pietra se mechendo, e sentiam o cheiro das flores que plantaram e de terra molhada.
Pietra notou que seu pai estava muito pensativo e ela teve suas conclusões.


- Mamãe já está de bem com você.


Ele a encarou espantado, não sabia que a menina havia escutado a discussão que os dois tiveram antes de Tom ir a uma viagem de trabalho.


- Duvido que esteja.


- Por quê?


- Existem muitos boatos sobre mim que não alegraram sua mãe, nada de mais.


- Sei que não fez nada do que não está nos jornais.


Seus dedos acariciaram os cabelos curtos e ruivos dela antes dele perguntar:


- Sabe aquelas plantas que cultivamos semana passada?


- As cinzas?


- Sim, com elas é possível fazer muitas poções interessantes.


Aquilo era fato, mas ele omitiu o fato dessas poções serem os piores dos venenos.


- Vou te ensinar passo a passo para você ser uma garota muito esperta.


Ele queria que ela fosse uma profissional em magia negra, e Pietra quase era, já que ela lia cada um dos livros que seu pai guardava.


- Quero te pedir desculpas, Pietra.


- Por quê? Não fez nada de errado - ela sorriu inocentemente.


Tom sabia que se quisesse ter sua glória teria que abdicar do amor, teria que abandonar Pietra.


Atualmente
Pietra P.O.V


Eu organizei tudo antes de Severo abrir a porta, ele estava um pouco de mal humor, nada muito grave, ele só não estava feliz na situação em que estávamos.


- Eu não quero fazer isso. - ele resmungou baixinho.


- Também não, mas eles descobriram. E já que ele é meu afilhado, iria saber de qualquer forma.


- E é disso que eu não gosto.


- Do que exatamente? - levei minhas mãos ao seu pescoço o abraçando.


- Dele.


- Como você consegue ter tanto ódio pelo menino? Vai fazer mal para o seu coraçãozinho - encostei minha cabeça em seu peitoral.


Amor Venenoso- Severus Snape Onde histórias criam vida. Descubra agora