Amor Venenoso- Severus Snape

"Eu te amo"

Pietra P.O.V

— Tudo bem, professora — Rony falou enquanto eu oferecia bolos — Não te culpo por nada. Você tinha ganhado a garrafa de alguém, não me envenenou.

— Eu estraguei seu aniversário.

— Não estragou. Quer dizer é ruim ficar aqui, mas você não fez nada de errado.

— Vou te comprar uma vassoura. Qual você quer?

— Sério, professora, estou muito agradecido, mas não precisa.

Novamente eu arruinando tudo, primeiro a minha família, depois minha relação com Severo, agora meu cargo como professora. Duvido que Dumbledore gostará de saber que envenenei um aluno e arruinei o aniversário do menino.

Estava andando nos corredores quando encontrei Draco com duas garotas, que pareciam estar bem irritadas.

— Oi, professora.

— Oi, Draco.

— Imagino que está indo assistir ao jogo.

— Jogo? Ah, hoje tem partida de quadribol! É provável que eu não vá, tenho que trabalhar.

— E como está indo a investigação?

— Péssima — sussurrei a ponto de nem mesmo as garotas escutarem — Não consegui nenhum progresso.

   Ok, eu menti, mas não conto da minha investigação para ninguém. Nem para Minerva. É melhor assim, qualquer um pode ser o responsável.
Me entregaram a garrafa por dois motivos: para entregar indiretamente ao alvo ou para me matar. Além disso notei algumas coisas: ambos os casos deveriam ter sido fatais, mas a sorte preveniu isso; o responsável não se importa com as vítimas e ainda o alvo não foi atingido e ambos Harry esteve presente.
Ainda persisto que o alvo é Dumbledore, mas é possível que o foco seja Harry, ou até mesmo os dois.

Soube que Harry se feriu no jogo de quadribol e fui direto a ala hospitalar, muito furiosa. Andei tão rápido que nem notei que trombei com alguém.

— Está bem? - Perguntou Severo.

— Estou. — Disse entre dentes.

— Quer que eu te ajudo a levantar?

— Eu sei fazer isso sozinha, obrigada.

   Bati um pouco minhas vestes, tirando poeira dali.

— Aonde está indo? — ele perguntou preocupado.

— Não é da sua conta, agora me dê licença.

   Eu odiei ter falado assim com ele, mas ele merecia. E novamente perguntas surgiram, o que eu deveria fazer? Seria possível eu perdoa-lo sem passar pano ou terei que me afastar dele?
Eu estava tão feliz quando estávamos juntos, meu mundo era leve com ele. Agora eu sinto um grande buraco dentro de mim.
Mas esse buraco sempre existiu não?
É sempre existiu.

— Harry, você está bem?

— Estou, foi apenas uma fratura no crânio.

— Apenas?! Poderia ter morrido! Quer que eu pegue outro travesseiro? Esse parece estar ruim.

— Madame Pomfrey está cuidando de mim.

— Deixe eu ter certeza.

  Rony acabou rindo e falou:

— Parece até minha mãe.

"Tenho certeza que você vai amar ele quanto tanto eu o amo"

  E não é que Lilian estava certa?

  Depois que sai do hospital, eu fui andando até meu escritório. Honestamente eu não sei o que fazer sobre tudo isso, acho que a única coisa que tenho que fazer é conversar. Para então chegar a conclusão correta.

  Quando abri a porta, Severo estava lá, aparentemente ele pensou a mesma coisa. Nós mantivemos quietos. Eu sentei ao seu lado e entrelacei as nossas mãos.

— Eu pensei muito, Severo. — sussurei apenas para ele escutar — E não sei o que fazer. Eu te amo muito, mas também tem meus irmãos...

  Ele tirou do bolso um frasco com um líquido incolor.

— Acho que precisa ter certeza de que estou falando a verdade — ele Murmurou.

— Não precisa tomar veritaserum, Severo, eu confio em você.

— Eu matei seus irmãos...

— Voldemort matou eles, você só foi a arma usada.

  Ele abaixou seu olhar e hesitou em sua fala.

— Você me viu brava, mas isso foi apenas uma parcela do que estou sentindo — ajeitei seus cabelos — Eu também estou grata, o sofrimento de meus irmãos acabou e eu também te amo, eu te amo muito.

— Você não pode colocar a culpa em outra pessoa.

— Ele teve a ideia de incendiar o lugar. Ele estava lá. Ele te manipulou a fazer isso. Acho que ele também é o responsável, o principal responsável.

   Voltamos ao nosso silêncio por alguns minutos até nossos olhares se encontrarem. Meus dedos caminharam pelo seu queixo e segurei com meu polegar  antes de o guiar até meus lábios, o beijando romanticamente.

— Eu te amo, Severo.

— Eu também te amo.