A decisão

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Harry P.O.V

  Estava lendo aquela carta pela milésima vez. Como poderia decidir algo como isso?
Se eu dissesse não Pietra ficaria chateada, mas eu não gosto tanto dela para dizer que quero que ela seja minha madrinha.
Que complicado.

  Já que estava preso nessa questão, decidi pedir ajuda a Rony e Gina.

— Fala que sim — aconselhou Rony — você não conhece ela, mas eu posso dizer ela é muito legal.

— Você só diz isso porque tem uma quedinha por ela. — Afirmou Gina.

— Mas ela é mó gata! E vamos ser sinceros eu não sou o único, a maioria dos meninos tem!

— Sério, Harry, acho que você deveria dizer sim. Você vai conhecer ela e perceber que foi a escolha certa.

    Eu ainda não sei. Com certeza vou pensar melhor nisso.

Pietra P.O.V

— Amor, o que você está fazendo? — Perguntou Severo.

— Cerâmica. — Falei ajeitando a argila.

— Por que está fazendo isso?

— Presente para alguém.

   Bom estava esculpindo uma versão menor da Firebolt para Harry como presente de Natal. Embora eu temo que ele irá negar. Nossa relação começou ruim e eu contar que conhecia a mãe dele não vai ajudar em nada.
A culpa é minha, por não abrir a carta, por julgar o garoto.

  De qualquer maneira agora minhas memórias com meu pai estavam fluindo. Ele me abandonou, quando tinha oito anos, quando minha mãe estava grávida de John, Charles e Ellen. E como eu não me lembro do meu pai.
O homem que me criou!
Ele me abandonou, mas uma memória assim…

— POR QUE VOCÊ VOLTOU? — gritei.

Com quem estou gritando?

— ME DIZ, POR QUE VOCÊ VOLTOU? — continuei a gritar.

— Por você... — vi uma imagem embaraçada de um homem.

— POR MIM? PARE DE MENTIR!

— Vamos sentar e...

— NÃO VAI PISAR EM MINHA CASA! NEM VER MEUS IRMÃOS!

  A imagem foi se formando e a única coisa que vi foi Voldemort.

 
  Era um pesadelo, Pietra. Não tem jeito de...
Não, impossível.
Voldemort não é o seu pai. Não é.

  Esse mesmo pesadelo está roubando minhas noites de sono.
  Tudo isso não faz sentido. Estou confusa, frustada, ansiosa, triste e já falei confusa?
Que bagunça.

Harry P.O.V

  Era manhã de Natal e eu e Rony estávamos abrindo os presentes. Rony pegou um pacote e deu para mim.

— Esse daqui tá bem embalado — ele falou — Diz que é para você

   Abri e encontrei uma Firebolt de cerâmica com uns 20 cm. É praticamente idêntico, como se eu tivesse uma mini Firebolt. Encontrei um envelope preso a embalagem. Peguei e comecei a ler.

Oi Harry,
Pietra falando!
Como está?
Espero que esteja gostando das férias, as minhas estão sendo chatas. Mais porque preciso preparar algumas coisas e minhas noites estão sendo difíceis. Fiz essa Firebolt para você, garanti que fosse bem parecida. Espero que goste.
Feliz Natal,
Pietra.

Ela se esforçou para fazer isso?
Por mais que ela tivesse um monte de coisas para fazer, ela fez isso?
  Senti com a consciência pesada.
Ela estava muito animada para ser minha madrinha, eu não poderia negar.

No almoço Rony, Gina, Fred e Jorge admiraram aquela cerâmica empolgados.

— Quem fez? — Perguntou Remo curioso.

— A Profa. Linns. — Disse.

   Lupin riu.

— Oh, Linns — ele falou nostálgico — sempre conseguindo o que quer.

— Você conhece ela? — Perguntou Gina.

— Éramos colegas. Não tinha nenhum dia em que Tiago e Pietra não trocavam faíscas. Acho que eles só sossegaram quando Lilian começou a sair com Tiago.

— E como era? — Indagou Rony curioso — Como era Pietra na época?

— Ela era monitora e uma das alunas mais inteligentes. Sempre foi viciada no trabalho e muito próxima do pessoal da Sonserina.

— Bizarro. — Comentou Rony.

  Abaixei meu olhar, ainda pensando no que deveria fazer. Talvez Pietra não seja tão ruim.

— Harry, tome cuidado, querido! — a Sra. Wesley afastou meu copo de suco da beirada da mesa — Quase caiu suco no seu novo suéter.

É, talvez eu deva dar uma chance a Pietra.
 
— Sra. Weasley — chamei por ela — poderia fazer mais um de seus suéteres?

Pietra P.O.V

  Tinha acabado de sair do almoço de Natal e fui em direção ao meu quarto. Deitei na cama e quase adormeci quando Severo entrou.

— Querida? — Chamou ele.

— Sim?

— Uma coruja apareceu com algo para você.

  No braço de Severo, uma linda coruja branca segurava um pacote com carta. Peguei o pacote e abri o envelope.

  

Oi, Pietra,
Como está?

   Adorei a cerâmica. Não sabia que era tão talentosa. Desculpa pela demora para chegar o presente. Pedi para a mãe de Rony fazer um suéter igual ao meu já que somos família.
  Pensei muito e adoraria ser seu afilhado. Mal espero para te encontrar de novo.
Feliz Natal,
Harry

PS:se o tamanho não ficar bom, você me avisa.

  Abri a embalagem e peguei o suéter vermelho vinho com minha inicial dourada. Rapidamente vesti o suéter e ficou ideal em mim. Suspirei tentando segurar meu choro, ele tinha dito sim. Abracei Severo, que retribuiu, mesmo ele não sabendo o que estava acontecendo. A coruja me bicou,me trazendo para a realidade.

— Oh, você quer uma resposta não é? — Disse para a coruja e assim mandei uma resposta.

  À noite, eu e Severo fomos assistir a neve cair, abraçados, enquanto tomávamos chocolate quente. Eu estava confortável em seu colo e por um momento quase deixei o peso das minhas pálpebras me dominar.

— Pietra, se estiver com sono pode ir dormir.

— Ah, me desculpe. — Pisquei um pouco — É que muita coisa anda acontecendo e estou desorientada.

  Severo beijou minha bochecha e encostou nossos narizes.

— Vai ficar tudo bem tá? Por enquanto vamos relaxar. — ele começou ame acariciar.

— Feliz Natal.

— Feliz Natal.

Amor Venenoso- Severus Snape Onde histórias criam vida. Descubra agora