Eureca!

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  Pietra P.O.V

   Ainda estava muito confusa e assustada com o que aconteceu. E minha paranóia cresceu, fico tensa com qualquer voz de criança que escuto, mas é difícil saber se é real ou não. Porém meu trabalho não foi abalado, ainda me esforço ao máximo para dar as melhores aulas.
  Talvez eu pudesse usar o jogo de Quadribol para descansar, mesmo não tendo ideia de como funciona, não sou uma esperta no assunto.

  Eu estava no meu escritório lendo “Hogwarts: uma história”, apenas para passar o tempo e relembrar algumas coisas sobre o meu local de trabalho. Bateram à porta e rapidamente falei:

— Pode entrar!

  A porta abriu revelando Fraco Malfoy. O garoto não estava nada bem, ele estava pálido e tinha olheiras profundas.
   
— Bom dia,Sr. Malfoy — Cumprimentei — Chegou dez minutos mais cedo do que pedi.

— Desculpe, meu relógio deve estar com a hora errada.

— Tudo bem, aceita algo? Chá ou suco de abóbora?

— Pode ser suco de abóbora, obrigado.

  Enquanto eu ia pegar a bebida, o jovem notou o meu rádio ligado, que tocava uma música suave.

— Professora, como o rádio funciona em Hogwarts? Achei que não fosse possível.

— Não conte a Dumbledore, mas estou usando um feitiço. Qual seria a graça de trabalhar sem uma música? — ri — Falando a verdade, eu sempre tive uma necessidade de manter minha mente distraída, como se eu não quisesse lembrar de algo. Entende?

— Um pouco.

— Indo ao assunto. Acredito que já saiba o motivo de eu ter te chamado.

— Sim, professora. — ele abaixou seu olhar.

— Eu não estou pondo nenhum castigo, só estou conversando. Sei que você tem recebido algumas detenções e não tem feito as tarefas. Poderia começar justificando?

   Draco se mexeu um pouco e notei uma hesitação ao falar.

— Draco, não estou te obrigando a nada. Apenas quero que converse com alguém, pois sinto que não está bem.

  Seu olhar se ergueu e ele confessou:

— Eu não estou na minha melhor época, meu pai foi preso e minha mãe está arrasada. Além disso eu tenho que fazer algo que, honestamente, nem sei se eu quero fazer.

  Esperei ter certeza que ele não ia dizer algo e pronunciei:

— Ser pressionado é ruim e causa desconforto mesmo, é normal. Você tem que falar com essa pessoa e dizer "não", você precisa se lembrar que tem limites e tem hora para dizer chega. E sei que pode estar difícil com seu pai, mas acho que o que você e sua mãe precisam é da presença do outro. Ok?

— Ok.

— Sempre vou estar aqui, tanto como professora quanto como amiga.

— Muito obrigado, professora.

— Pode me chamar de Pietra. Acho que não tenho mais motivos para te encher o saco, está liberado.

— Obrigado, Pietra. Ajudou bastante — ele falou antes de sair.

  Isso me fez refletir sobre a vida e foi aí que me lembrei de uma memória de alguns anos atrás.

—  Bom dia, senhor Borgin!  — Saudei o homem da loja alegremente.

— Bom dia, eu conheço a senhorita?

— Me chame de Linns.

— Muito bem, Linns, o que uma bela jovem como você deseja? — ele deu um sorriso pervertido

— O Ministério da Magia me contou que essa loja tem algumas coisas bem suspeitas para um comércio de produtos antigos. Vim dar uma olhada. — Mostrei minha identidade comprovando que eu era uma Auror.

— Oh — Ele exclamou - Então você é uma auror!

   Comecei a observar a sala e percebi algumas coisas como um armário grande, uma estátua de uma mão, máscaras um tanto sinistras e o teto tinha instrumentos pontudos. Tudo a venda.

— Onde o senhor arranja essas coisas?

— Ah, é, alguns são feitos a mão,  achados em casas abandonadas ou  a partir do comércio.

— Pelo jeito o senhor está em um conto de terror. — Brinquei enquanto analisava um colar.

- Ah, Linns, esse colar é um dos objetos mais velhos da loja! Combinaria com seu pescoço, uma pena que não é possível.

   Peraí o colar! Era igualzinho! Então o colar é bem velho, ou seja, a maldição dele é mais antiga. Deve ser por isso que eu não achava em meus livros, são recentes demais. Se eu souber a maldição posso achar a cura da menina, mas só de lembrar que era vendido na "Borgin e Burkes" dá para separar suspeitos.

— EURECA! — Gritei para mim mesma vitoriosa.

Talvez não tivesse razão para comemorar.
Talvez estivesse mais longe da resposta do que nunca.
Talvez estivesse seguindo uma pista falsa.
Honestamente, eu já perdi boa parte de minhas certezas. Quem fez isso tem uma mente bem avançada.
Pena que foi mexer comigo.

  

Amor Venenoso- Severus Snape Onde histórias criam vida. Descubra agora