A ferida no coração

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Pietra P.O.V

— Foram apenas ordens — começou explicar Severo — de acordo com ele, se eu fizesse isso o indivíduo ficaria sem esperança e se juntaria a ele. Eu não sabia que era você! Eu fiquei apenas longe, mas perto o suficiente para o feitiço alcançar. Só percebi que era você quando foi socorrer seu irmão...

— E desde quando você segue ordens dele?

— Eu só me tornei espião do Dumbledore um ano depois.

— POR CAUSA DA LILIAN! — me levantei.

— Não! Quer dizer sim, mas...

— AH,EU SEI! VOCÊ ME AMA SÓ PORQUE ME PAREÇO COM ELA.

— Claro que não! Te amo pela maneira que é!

- DEPOIS DE TUDO QUE SE PASSOU ENTRE NÓS. Sabe o que aconteceu depois daquele dia? Eu me isolei da sociedade por quase TRÊS ANOS! Eu passei pelos piores dias da minha vida POR SUA CULPA...

   Percebi que não conseguia falar quase nada. Nem conseguia ficar em pé, nem conseguia racionalizar, muito menos ter uma conversa direito.

- Só sai daqui, Severo.

    Eu não acredito que o homem que eu amo matou meus irmãos, mas era verdade. Eu não acredito, é muito coisa para pensar, preciso de um intervalo

— Reparo. — Murmurei concertando aquele copo quebrado.

    Naquela noite eu não queria fazer nada, apenas rendi aos meus sentimentos confusos e fiquei só.

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— Hoje a aula será em outra sala. — Anunciei gerando curiosidade entre os alunos — Então peguem suas mochilas e vamos.

   Levei todos a uma grande sala, com uma capacidade de 300 alunos, que não era mais usada. No lugar das mesas tinha um labirinto de folhas.

— Isso é um exercício de confiança. — falei — Vou juntar vocês em duplas e vou garantir que não seja as panelinhas de sempre. Um de vocês terá um mapa, visível apenas para ele, que contém a localização da saída e das armadilhas. Já o outro vai ter apenas sua varinha, este vai proteger a dupla. Vocês terão que confiar no outro para ter sucesso. Vou avaliar interação, tempo e resolução da armadilha. Relaxa não é nada que vocês não conheçam até agora. Vamos lá.

    Depois de tudo pronto, observei e a turma foi incrível.

— Arrasaram todos vocês. Nenhuma nota baixa! Ok, façam o favor de deixar os mapas naquela cesta e saírem sem pressa, vou ser boa e liberar 5 minutos mais cedo.

  Harry foi o último a ficar, estranhei aquilo, talvez ele quisesse falar comigo.

— Professora?

— Sim?

— Você sabe me dizer algo sobre Horcruxes?

   Meu pai havia mencionado Horcruxes. Ele quase me ensinou a fazer uma.

— Eu não sei nada sobre isso, Harry.

— É que eu achei que...

— POIS ACHOU ERRADO! — percebi que surtei, então manti a calma e olhei para o relógio — É melhor ir ou vai perder o almoço.

   Assim ele saiu da sala.

  E março começou. Os alunos perguntavam sobre o número de pessoas que desapareciam, vítimas dos Comensais, e soube que eles estão se concentrando no oeste da Grã Bretanha. Isso me preocupava.
  Além da ansiedade, havia um buraco enorme em mim e quando via Severo o buraco aumentava. Eu não parei de ama-lo, pelo contrário, mas quando lembro dos meus irmãos e da perda deles. Tem tantas razões para perdoa-lo e tantas para julga-lo, eu não sei o que fazer.
  Claro que me perguntei se Severo realmente me amava. Ele era doida pela Lilian, quando ela começou a odia-lo ele se quebrou. Eu sou uma versão menos saudável da Lilian. Talvez ele esteja comigo pelas semelhanças, mas nosso laço é diferente da relação dele com ela.
  Eu estava com raiva por que ele "matou" meus irmãos, pelo meu pai ter planejado isso ou por ele não me contar?
  Será que inventei esse ciúmes repentino como desculpa para ficar brava com ele?
  Eu preciso pensar.

  Escutei bateram à porta e abri imediatamente, não encontrando ninguém além de uma garrafa de hidromel envelhecido em barril de carvalho. Provavelmente Severo deu, ele sabe que é minha bebida favorita.
Perdões, mas não vou tomar, talvez eu dê a Dumbledore.
  Deixei a garrafa na mesa e voltei a investigação do colar, meia hora depois bateram à porta novamente.
  Abri um pouco irritada até ver que Harry e Rony estavam lá.

— Olá, Harry. O que faz aqui?

— Professora, lamento realmente incomoda-la, mas  meu amigo Rony engoliu uma poção do amor por engano. Será que poderia preparar um antídoto para ele? Eu o levaria para a Madame Pomfrey,mas é proibido ter artigos da Gemialidades Weasley e, você entende... perguntas embaraçosas...

— Só uma pergunta, essa poção estava dentro da validade? Ficam mais concentradas quando guardadas por muito tempo.

— Isto explicaria muita coisa. É o aniversário dele.

— Está bem, Harry, sabe que tenho tudo de poções aqui. Claro que gosto de estar preparada para tudo e as vezes precisa praticar um pouco para não esquecer.

   Na verdade eu e Severo fazíamos poções juntos e era mais um momento para dar amassos do que fazer uma poção. Suspirei triste guardando meus sentimentos inúteis e pensamentos idiotas.

— Ela ainda não chegou. — Harry disse para Rony.

— Que bom! — exclamou Rony — Como é que estou?

— No seu melhor! — respondi — Beba, garoto, para os nervos, para mantê-lo calmo quando ela chegar.

— Genial. — E ele tomou ruidosamente o antídoto.

    Quando seu sorriso foi substituído por uma expressão de terror, soube que meu trabalho foi um sucesso.

— Obrigado, professora.

— De nada, Harry. O que ele precisa é de algo para animar. Iria dar esse hidromel para Dumbledore, mas já que a situação pede. — Enchi três copos com a bebida — Pronto aqui. Um ótimo aniversário para você Rony...

   Mas o ruivo tomou a bebida antes do brinde. Demorei para perceber o que aconteceu, mas ele estava no chão tremendo, babando espuma e com os olhos saltados.
   Eu e Harry fomos até às gavetas onde tiramos de tudo. Até que ele encontrou um bezoar e colocou dentro da boca dele e ele desmaiar.
  O que foi que eu fiz?

Amor Venenoso- Severus Snape Onde histórias criam vida. Descubra agora