Amor Venenoso- Severus Snape

Constelações

Pietra P.O.V

— Vamos continuar ao Oeste. — anunciei —Depois de amanhã devemos estar lá.

— É tão longe assim? — Perguntou Ciça.

— A floresta toda é protegida com feitiços. Não podemos aparatar ou usar outros métodos mágicos. A única opção é andar.

  Saímos do acampamento e voltamos a longa caminhada. Hoje estava mais quente do que ontem por isso enchi mais três garrafas de água. Conversávamos entretidas sobre qualquer coisa.
— Já é meio dia?! — questionei olhando para a posição do Sol — Nem reparei.

— Eu percebi,minhas pernas na verdade, não conseguem ficar a manhã inteira andando.

— Descanse aí então. — olhei na mochila e notei a falta de laranja — Vou procurar por comida.

   Sempre estive acostumada com trilhas. Já fiz esse caminho muitas vezes na minha vida. Sem contar que eu morava na floresta bem longe de todos, aprendi a viver da forma difícil.

— Pietra! — Escutei uma criança me chamar.

Virei para trás, não tinha ninguém.

— Ah,de novo não… — disse de saco cheio — Me deixe em paz espírito ou sei lá o que você seja.

— Irmã!

  Stella estava segurando meu ombro, recuei assustada caindo no chão.

— Pietra, você está bem? — ela tentou pegar minha mão.

  Balancei minha cabeça tentando afastar aquilo.

— Andou dormindo? — Perguntou ela — Seus olhos estão cansados…

— não.

  Colhi maçãs de uma grande macieira e estava voltando para Narcisa.

— Irmã, por favor fale comigo. Estou preocupada.

— estou cansada. — Murmurei para mim mesma.

— Ah, você acha que sou uma alucinação? Me desculpa. Mas preciso te falar algo: não confie nela. E tome cuidado para não perder a cabeça igual papai…

  Me virei para dar um soco na alucinação, porém quase acertei Narcisa.

— Ciça?! O que está fazendo?

— Bom, estou esperando por você. Tinha te perdido de vista.

— Me desculpa, minha mente está tumultuada.

   Severo agora diria que é porque trabalho muito, sorri com sua imagem em minha mente. As sensações de seu toque, de sua voz, de seu beijo. Queria saber se ele estava bem.

Severo P.O.V

— Senhor, não compreendo — disse — a gravidade desse assunto é alta e…

— Tenho certeza de que Pietra está bem, Severo — disse Dumbledore — Em breve ela voltará, no momento quero que todos os professores continuem com suas rotinas.

—Dumbledore — chamou Minerva — seria possível que — ela engoliu seco — que o responsável pelos ataques tenha…

— Como eu disse Pietra está bem. — ele olhou para o relógio que estava na mesa — Está tarde recomendo que vão a suas camas.

   Será que Pietra está bem? Estou tão preocupado com ela e sinto tanta falta dela, que não estou conseguindo dormir. Dumbledore diz que não devemos, mas tenho minhas dúvidas. Se algo estivesse a incomodando ela falaria, certo?

Nunca entendi, para falar a verdade. Pietra sempre me deixou confuso quando se tratava de certas coisas. É aí que ela mostrava que sua mente era muito maior do que imaginávamos. Ela ainda não percebe, ela ainda não se sente 100% confortável consigo. 
Eu amo ela e quero ver ela bem.
Pietra é forte e esperta e incrível, mesmo assim estou morrendo de medo de perde-la.

Pietra P.O.V

— Consigo ver as plantações daqui! Estamos quase chegando!

Desci o morro à minha frente sem nenhum medo.

— Pietra, devagar! 

Ciça tropeçou em uma pedra e rolou morro abaixo até cair em cima de mim. Enquanto nós levantamos, ela gritava diversos xingamentos.

— Narcisa! — a repreendi.

— Estou falando a verdade! — disse ela irritada — Estamos no meio do nada e estou suja e ralada e com fome e me sentindo humilhada.

— Oh me desculpa — disse irônica — mas nunca mencionei o fato de que vir até aqui é fácil. Você precisa perceber que a vida nunca é fácil.

— E você acha que tudo que acontece é sua culpa! Fica se lamentando e chorando por aí. Deve ser por isso que seu pai te largou!

Quando ela percebeu o que falou, colocou suas mãos em sua boca.

— Não quis falar de propósito, sinto muito…

— Toma — disse dando uma maçã — deve estar com fome.

    Eu nasci com uma doença. Não podia sair no sol, minha pele era extremamente sensível e não era capaz de absorver vitamina D. Durante anos ficava em casa recebendo visitas de diversos médicos que falavam sempre as mesmas coisas, pelo jeito eram médicos meia boca.

  Já que não podia sair minha opção foi ler os diversos livros que tinham na estante. A noite corria para o gramado, abria meu caderno de astronomia e procurava a constelação de Andrômeda ou a Cão maior, adorava aquilo.

     Aos meus 6 anos e meio, a doença começou a sumir. Pelo jeito minha pele se acostumou a luz solar que é refletida na lua. Mas não me livrei como achei, ainda tenho problemas com a vitamina D e meu lábios não ganharam cor.

  Acredito que minha doença se marcou em mim para garantir que nunca esquecerei que as constelações me ajudaram a supera-la.

✨ Curiosidade :✨

∆ Por incrível que pareça Pietra e seus irmãos tem a mesma aparência física que a mãe deles - Diane. Os cabelos ruivos alaranjados e olhos azuis confirmam que eles são da mesma família.