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Havia começado a chover como se o céu chorasse junto a mim ... Sim mãe eu sei que é a senhora, por que você teve que parti ? Por que você teve que me deixar aqui sozinha?  Eu tou tentando não perde as esperanças, tou tentando manter a minha promessa ... Mas está tão difícil. Eu só queria ser como um borboleta e voar livre e para longe daqui.

Levanto e vou em direção a sacada, estico minha mão e deixo o pingos da chuva cair nela.

- Eu serei corajosa e gentil. - Sorri fraco olhando para o céu

Fico alguns minutos observando a chuva, quando escutou baterem na porta do meu quarto.   Suspiro imaginando que seja minha madrasta para mais um round, ando devagar em direção a porta e a abra sem nenhuma vontade.

- Desculpa. - Suga falou olhando para o chão. - Desculpa, Ella!

- Por que você tá me pedindo desculpas? - Perguntei sem entender

- Posso entrar ? - Ele perguntou, eu hesitei mais logo dei passagem para ele entrar

O mesmo entrou e sentou em uma cadeira que havia ali, apesar da minha madrasta me odiar ela gostava de manter as aparências então eu não dormia em um sótão empoeirado, sentei na cama de frente para ele e esperei ele falar.

- Gostei do que você fez aqui, nunca mais tinha entrado aqui. - Ele falou olhando ao redor - Tem sua cara.

- Alguma coisa nessa casa tinha que ter... E aqui é o meu espaço. - Fiz o mesmo que ele e olhei ao redor, realmente tinha minha cara. - Será que você pode ir direto ao assunto, quero poder deitar o dia foi cansativo.

- É claro... - Ele sorriu fraco - Queria pedir desculpa pelo que minha mãe fez com você.

- Hoje ou toda as vezes ? O tapa ou todas humilhação ? - Falei irônica, muitos diria que não é certo descontar nele porém ele não é nenhum santo

-  Por tudo, Ella!- Ele levantou e sentou ao meu lado- A minha mãe não é má, ela só tem ciúmes por você ser filha da mulher que seu pai considera o amor da vida dele.

- Ela não é má, só é assim comigo então não sei se posso a considerar malvada. Mas mesmo assim, mesmo com essa história que você contou, não dá o direito de ela fazer oq faz comigo desde pequena.

- Ella tenta entender. - Ele segurou minha mão - Ela está arrependida.

- Não, Suga. - Soltei a mão dele e levantei - Você veio aqui se desculpar ou defender sua mãe ? Eu realmente não estou entendendo seu ponto aqui.

- Eu vi conversar com você. Minha mãe entrou no meu quarto chorando, está com medo de você falar ao seu pai.

- Agora sim está explicado - Ri sarcástica e me virei para a varanda - Você não quer meu perdão, quer meu silêncio. Simples assim, você só estava me enrolando com sua voz doce.

- Não é assim, eu realmente vim me desculpar. Não achei certo o que minha mãe vez, ela exagerou dessa vez.

- Dessa vez ? Por que agora não foi só palavras ? Saiba que os dois machucam igual, seja ações ou palavras. - Enxuguei uma lágrima que estava no canto do olho, não Ella está na hora de ser firme.

- O que você quer mais ? Eu vim aqui, me desculpei, estou te ouvindo. Só não vou ficar contra minha mãe, ela errou e está arrependida. Você não é nenhuma santa. - Eu não aguentei e ri, de raiva, angustia, não sei os sentimentos estavam misturados.

- Suga me diz, o que eu te fiz ? - Perguntei olhando nos seu olhos e o mesmo parecia processar a pergunta - Quando nossos pais se conheceu nós éramos amigos, estávamos sempre juntos, você era mais unido comigo que com sua própria irmã. O que mudou ?

- Eu vi a verdade! - Ele respondeu simplesmente

- A verdade ? Que verdade ? - Perguntei sem entender, eu realmente não sabia do que ele estava falando

- Como falei você não é nenhuma santa. Você fez minha mãe parecer ruim aos olhos do seu pai várias vezes, no começo eu não via isso até que vi o sofrimento da minha mãe, quando ela chorava na minha frente. Então foi aí que comecei a perceber o quão mal você fazia a ela, a família que estávamos tentando construir e você não permitia.

- Suga... Eu nunca fiz nada a sua mãe.

- Eu vi Ella, não foi ela que me contou. - Ela passou as mãos no cabelo

- Eu não sei do que você tá falando Suga.

- O colar que seu pai havia dado a sua mãe, ele tava na sua caixinha de jóias, então uma vez minha mãe tava usando ele, seu pai viu e brigou com ela por esta usando as coisas da falecida. Você e eu éramos os únicos que sabia onde tava o seu porta jóias, minha mãe falou que havia sido você que deu a ela, seu pai não acreditou, mas eu sim. - Ele já estava alterado

- O colar da minha mãe ? Eu procurei ele por todos os lugares, achei que havia perdido. Onde ele está ?

- Seu pai deve ter escondido. - Ele falou dando a mínima

- Suga eu não dei nenhum colar a sua mãe, aquele colar era muito importante para mim, eu jamais o daria.

- Você havia escondido, só nós dois sabíamos onde estava. Claro que você deu para ela, sabia que seu pai não ia gostar.

- A gente era criança Suga, o esconderijo não é o melhor do mundo. Nunca passou pela sua cabeça que sua mãe podia ter achado e não sabia que era da minha mãe ?

- Eu acredito na minha mãe em primeiro lugar, sempre! - Agora percebi Suga estava completamente cego pelas manipulação da sua mãe - Foi um erro ter vindo aqui. - Ele levantou indo até a porta

- Também acho. - Virei de costa e escutei a porta bater com força

Minha madrasta realmente é uma pessoa terrível, manipulou a cabeça de Suga para ele não falar mais comigo. Que ser desprezível, mas apesar disso ele nunca me maltratou, não dessa forma, só me obriga a fazer seus deveres ou sua refeição.

Aí Suga...

*continua*

CinderElla-  SugaOnde histórias criam vida. Descubra agora