CAPÍTULO 13

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                MARIANA ASSUNÇÃO

Tento ignorar a presença dele no salão, mas chega a ser insuportável ver um bando de piruas o paquerando na maior cara de pau. Cada mulher que passa praticamente leva consigo um farto pedaço dele e o safado só faz rir da cena.

Até a Karol. Que bandida essa minha amiga!

— Amiga, você viu quem esta ali? - ela pergunta toda eufórica.

— Aquele cabeludo safado de terno preto que esta matando todas as mulheres de tesão? Sim, estou vendo.

Acho que o meu tom saiu um pouco rude.

— Calma aí fofa. O que foi? Passou de alegre bem fodida pra bruxa que errou no feitiço assim tão rápido porquê? Tem algo te incomodando?

Sim, e ele esta me atiçando.

— Dominic. - digo.

— De novo esse cara amiga, fala sério Mariana, virou encosto já né?! Chuta essa praga, ou não. - as vezes ou quase sempre eu não entendo essa minha amiga.

— Me faz um favor? - pergunto.

— O que você não me pede chorando, que eu não faço sorrindo. - convencida.

— Então... Quando você for levar o pedido daquele safado aproveita e bate coma bandeja na cabeça dele. - vai ser merecido.

— Agora fiquei confusa amiga, porque eu bateria naquele bonitão? Eu quero mas é que ele me foda.

Rio comigo mesma com esse comentário.

— Tá vendo aquela perdição ali? - puxo ela pelo braço e aponto de um modo nada discreto e o safado manda beijos.

Cretino!

— Poderia ver melhor se ele resolvesse, assim do nada sabe, ficar peladão aqui no salão.

— Aquele ali é o meu ex, Dominic Falcão, pai da Melissa. - sorrio para ela de orelha a orelha.

Karol arregala os olhos e abre a boca como se quisesse gritar. Sabia que sua reação seria a melhor coisa de se vê hoje. Depois do choque ela resolve falar.

— MENTIRAAAA... NÃO AMIGA, PARA TUDO.

— Verdade verdadeira amiguinha.

— Sua maluca, você me deixou falar todas aquelas coisas sabendo quem ele é?

— Claro que sim! Tudo pra vê essa carinha de espanto depois.

— Cretina, safada.

— Também amo você.

[...]

Depois de recuperar o fôlego e a concentração voltei as minhas funções normalmente, logo mais irei almoçar com a Mel e o provocador safado, preciso de muita calma pra não fraquejar ou engasgar com a comida.

Dominic continua no mesmo lugar, mas dessa vez ele esta concentrado no seu notebook, deve ser trabalho, ótimo... Assim ele não me atrapalha.

— Oi querida. - diz a nojenta da gerente.

— Oi Débora. - finjo um sorriso.

— Esse aqui é o Felipe, novo garçom do Pallace.

Ponho um sorriso simpático no rosto e estendo a mão para cumprimentá-lo de forma precisa.

— Seja bem vindo Felipe, espero que goste da nossa equipe. - ele aperta a minha mão e sorri de volta.

Lindo!

— Como não gostar de algo tão belo, digo, trabalhar aqui será um imenso prazer. Darei o melhor de mim.

— Assim espero, agora vamos até a minha sala pegar o seu uniforme de treinamento. - ela finge um sorriso e sai rebolando como uma lagartixa.

— Insuportável. - digo revirando os olhos.

[...]

Arquivo as últimas reservas e vou até o vestiário pegar minha bolsa e retocar a minha maquiagem apesar de não ter quase nada na cara.

— Força Mariana, força. - digo a mim mesma.

— Falando sozinha amiga? - ela ainda vai me matar de susto qualquer dia.

— Na verdade estou tentando criar coragem.

— Algum problema com a Melissa?

— Não, mas estou indo revelar a ela que o pai esta vivo e bem perto de nós.

— Relaxa, vai dar tudo certo.

— Obrigada.

— Além disso, quem não queria aquele gato como pai? Com certeza a Melissa vai amar a novidade, ainda não entendo como ela consegue ser tão madura tendo apenas cinco anos.

— Acredite, nem eu entendo.

Saio do restaurante e encontro Dominic encostado no carro. Sua face transmite ansiedade.

— Pronto? - pela sua cara acho que não.

— Não. - sabia.

— Quer adiar? - adoraria se fosse um belo sim.

— Não.

— Então vamos né. - dou de ombros e sigo.

Ele entra no carro e eu faço o mesmo. Seguimos direto para a escola. Falei com o segurança e entrei. As salas ainda estavam em aula, alguns alunos corriam no pátio e outros brincavam no parquinho.

— Mariana! - cumprimenta a diretora da escola.

— Diretora Marcela. - retribuo o gesto.

— Que bom vê-la.

— Eu vim buscar a Mel. - digo.

— Ultimamente eu notei que ela esta um pouco tritonha, ela está evitando interagir com as coleguinhas, está calada, um pouco dispersa nas aulas. Desculpe pela intromissão, mas aconteceu algo?

— Passei por algumas complicações e nem sequer notei. Prometo que vou conversar com ela assim que chegarmos em casa.

— Ótimo. Converse também com a professora de dança dela. Talvez seja algo de lá.

— Obrigada.

— Agora eu preciso ir, com licença.

Esperamos alguns minutos até que todos forma liberados, Melissa foi a última a sair, com a cabeça baixa, arrastando a mochila.

— Ei mocinha? - Dominic chama. Assim que ela o vê abre um sorriso largo.

— Thor!

Ela corre e o abraça.

— Vamos ter uma conversa bem seria mocinha. - digo.

— Vou ficar de castigo de novo. - ela reclama e esconde o rosto entre as mãos.

— Vamos almoçar primeiro.

Pego sua mochila e Dom a leva nos braços até o carro. Agora não tem como fugir da verdade, acho que será melhor assim, as vezes algumas coisas fogem do nosso controle... ou mudamos ou nos adaptamos.

E eu acho que já me adaptei demais.

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Boa leitura.
Beijos, Jaqueline Carvalho.

UM AMOR PARA ETERNIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora