CAPÍTULO 34

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                MARIANA ASSUNÇÃO

Finalmente esse dia chegou, eu já não aguentava mais entrar naquele hospital, foram dias de agonia até Dominic ficar bom de fato.

— Pronto! – digo para mim mesma finalizando a organização do quarto dele.

Poderia ter contratado alguém para fazer isso, mas eu quis vir aqui no apartamento dele deixar tudo certinho. Dominic teve alta depois de quase trinta dias no hospital, após a visita dos seus pais infelizmente ele teve febre alta persistente e precisou voltar para o CTI, os médicos ficaram com receio de ser uma possível infecção pós operatória. Com as medicações corretas e com os cuidados da equipe ele apresentou uma melhora significativa.

Seus pais continuam aqui na cidade, estão em um dos hotéis que Dominic é sócio. Já entraram em contato comigo perguntando se tudo estava pronto para receber o filho deles, e, com muita paciência e educação eu confirmei que sim. Mas a minha vontade era de desligar a ligação na cara mesmo.

Eu pensei de tudo sobre Dominic, até que ele tinha me abandonado, mas nunca cogitei que seus pais teriam coragem de nos afastar. Meu Deus! Eu nunca tive interesse no dinheiro deles, como puderam pensar isso de mim? Apesar de me tratar com uma certa indiferença, jamais pensei que a mãe dele, a Cristina, aceitaria tamanha façanha com o próprio filho. Poderia esperar algo do tipo vindo de seu pai, já que ele sempre demonstrou revolta por Dominic não querer assumir o escritório quando mais novo.

Respiro fundo e deixo meus pensamentos de lado, o meu sangue ferve só de imaginar uma ruindade dessas.

Peguei o porta retrato na cabeceira da cama e dei um beijinho nele. Essa foto de Melissa ficou linda, e por falar nela, já já chega aqui toda saltitante e com um pirulito na mão, pra recompensar o pai por ser corajoso e tomar todas as "vacinas" que precisava. Não contamos a ela o que aconteceu, apenas que seu papai ficou doente e não podia receber visitas até tomar todas as injeções.

A campainha tocou e já consigo ouvir a voz da minha filha do outro lado.

— Entrem, fiquem a vontade. – digo.

Melissa entra e já se acomoda no sofá, agarrada com a boneca que ganhou de aniversário do pai e um pirulito. Meus pais ficaram na porta.

— Acho que já ficamos tempo demais por aqui filha, seu pai e eu vamos voltar para casa. Têm os negócios do escritório pra resolver também.

— Tudo bem, eu entendo e agradeço muito pela ajuda que me deram esses dias com a Mel lá em casa.

Abraço minha mãe e quando vou abraçar meu pai ele dá um passo para trás, deixando claro que não quer contato físico.

— Nos vemos em breve minha querida, se cuida tá. Tchau!

Minha mãe vai embora seguindo os passos do marido. Eu sei que ela é adulta e dona do próprio nariz, mas se eu pudesse já teria divorciado esses dois. Isso não parece um casamento, está mais para uma prisão.

[...]

Tomei um banho e coloquei um vestido longo que estava na mala, ficarei alguns dias aqui cuidando de Dominic enquanto o restaurante não abre e as investigações seguem por lá. Até onde eu sei, Caio é quem está no comando da equipe secundária, analisando cada milímetro ignorado pela polícia.

O celular tocou e na tela apareceu a foto do homem que me faz suspirar profundamente.

— Dominic? Amor!

— Na verdade é o Tarzan. Já viu como está o cabelo dele? Acho que vou passar a máquina zero na cabeça dele. – ouço Caio dizer e uma risada de fundo.

UM AMOR PARA ETERNIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora