MARIANA ASSUNÇÃO
O barulho do despertador me fez acordar. Droga! Detesto quando acordo com esse barulho horrível. Passei as mãos pelo rosto amassado seguindo para o ninho de passarinhos, quer dizer, meu cabelo.
Tive uma noite cheia. Acordei várias vezes para ajudar a minha menina que tossia sem parar. Eu avisei para ela não brincar de bicicleta na rua enquanto chovia, mas ela é teimosa.
Larguei o lençol e caminhei pelo piso frio até o quarto da Melissa. Minha filha já revirava o corpo pelas extremidades retangulares da cama. Abri as cortinas da janela do seu quarto e deixei a luz entrar até iluminar o seu rostinho pálido.
— Não mamãe, só mais cinco minutinhos. – disse manhosa escondendo o rosto com o lençol cor de rosa com flores brancas.
— Não, não mocinha. É hora de acordar. – puxei o lençol de sua cama.
— Mas hoje é sexta. – sua voz está preguiçosa.
— Isso mesmo, e você tem aula e eu preciso trabalhar.
— Ah, não.
— Melissa você nunca foi preguiçosa, o que está acontecendo? – sentei-me ao seu lado.
— Eu não quero ir pra escola hoje.
— O que você aprontou sua danadinha?
— Eu?
— Sim, é melhor me falar de uma vez e sem enrolação.
— Mas eu não fiz nada desta vez.
— Você não me engana mocinha. – olhei desconfiada. Ela sempre apronta quando quer, mas é uma boa menina. Só um pouco travessa.
— Mas é serio mãe.
— Tudo bem filha, agora vai tomar um banho enquanto faço o nosso café.
— Adultos.
— Sem reclamações.
— Humrrum.
Melissa é uma criança meiga, sempre preocupada com os outros, nem parece ter cinco anos. A pediatra sempre diz que ela é bem avançada para sua idade, e eu concordo.
Minha filha é fruto de um amor de verão. A estação se foi e o sentimento pegou carona. Não posso negar que sofri e ainda sofro com o rumo que minha vida tomou. Mas sou grata pela filha que tenho. O amor pode ter sido falso, mas o que sinto por essa baixinha é algo inexplicável.
Como sempre digo:" águas passadas não irão mover moinhos." Então segue o baile.
Sacudi as lembranças sofridas e segui para cozinha da nossa casa. Essa foi a única coisa que me restou. Minha mãe passou essa casa para o meu nome, contra vontade do meu pai é claro. Aos poucos eu ergui a cabeça e segui adiante, pois, eu precisava ser forte pela minha filha que ainda estava no meu ventre na época.
— Mãe, mãe. – Melissa gritava do banheiro. Corri até o cômodo assustada.
— O que foi pequena? Se machucou? – palpei seu corpinho buscando por um machucado mas não tinha nada.
— Olha mãe, meu dente está mole. – ela abriu a boca o máximo que conseguiu para me mostrar sua futura janelinha.
— Alguém aqui está crescendo. – alisei seus cabelos ondulados que tem cheirinho de morango e ela sorria ainda mais.
— Eu sou grande. – falava orgulhosa.
— Muito grande meu docinho, agora termina seu banho. – beijei suas bochechas e voltei para o cômodo anterior.
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UM AMOR PARA ETERNIDADE
RomanceUm passado. Um medo. Uma vida. Mariana Assunção viveu essas palavras com tanta intensidade, que só ela sabe a dor que carrega no peito. O medo do próximo erro é inevitável quando se tem um coração ferido pela pessoa amada. Entregue-se. Liberte-se. A...