CAPÍTULO 6

953 149 16
                                    

                 DOMINIC FALCÃO

Pensei que seria difícil encontra-la ainda aqui, mas ela estava bem pertinho de mim e eu nem sabia. Algo dentro do meu peito pulava, ardia feito brasa.

Confesso que olhar naqueles olhos infinitos me deixou com uma sensação terrível, talvez fosse culpa. Culpa por ter desistido de nós tão cedo e da pior forma possível.

Eu sou um tremendo filho da puta!

A caminhada foi rápida, mas durante esses poucos minutos analisei o seu corpo, o seu jeito, o seu semblante e até a sua forma de respirar. Ela mudou tanto. Está mais séria, decidida, com mais atitudes.

O elevador parece minúsculo para nós dois, minha maior vontade é de agarra-la aqui mesmo para relembrar os velhos tempos de aventuras, mas obviamente se eu fizer isso ela vai sair correndo cheia de ódio e nunca mais vou vê-la novamente.
Droga! São cinco anos sem ver essa mulher que jurei amar com toda a minha alma.

As portas se abriram e seguimos para onde eu estava hospedado a poucos dias.

— Fique a vontade. – falei para quebrar o silêncio.

— Com licença. – ela passou por mim e entrou.

Fico parado olhando para ela que observava o cômodo. Entro e fecho a porta.

— Quer alguma coisa pra beber? – pergunto. Ela me olha e torce a boca do mesmo jeito que fazia quando éramos adolescentes.

— Não, obrigada. – foi firme na resposta.

— Eu já volto. Vou trocar a camisa. – digo.

— Tudo bem.

Queria ter controle diante das emoções que estavam surgindo dentro se mim. Trocar a camisa? Essa foi a desculpa mais ridícula que já inventei em toda minha vida.

Droga! Droga! Estou perdendo o meu controle.

Troco a camisa só pra disfarçar e vou no banheiro molhar o rosto. Volto pra sala e vejo Mariana sentada no sofá, olhando suas mãos que pareciam tremer tanto quanto as minhas.

— Estou aqui, comece quando quiser. – finjo com maestria estar tranquilo.

Ela respira fundo enchendo os pulmões de ar e soltando em seguida.

— São tantas coisas que nem sei por onde começar.

Ela encara o chão, bate o pé e torce os dedos das mãos. Tudo mudou, mas suas manias continuam as mesmas.

— Que tal você olhar nos meus olhos primeiro. – me sento ao seu lado e ela se levanta rapidamente.

— Dom, eu te procurei tanto, foram dias e dias atrás de você. – ela desvia o seu olhar para o chão e respira fundo novamente.

— Naquela noite eu estava sob pressão, fui obrigado a viajar. Na hora eu não tive muitas escolhas Mariana, eu era dependente do meu pai.

Ela se vira e me encara com os olhos estreitos.

— Eu não tive escolha alguma, na verdade só me restou as consequências. E eu também era dependente dos meus pais.

Apesar de estar confuso eu sinto o peso da culpa só aumentar.

— Durante esses anos eu nunca deixei de pensar em você, no seu sorriso lindo.

Tento me aproximar dela mais mas ela foge.

— Eu preciso te falar algo muito sério. – sinto que ela esta nervosa. Pego suas mãos e me sento com ela.

— Diga. Esse é o momento para deixarmos tudo esclarecido.

UM AMOR PARA ETERNIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora