MARIANA ASSUNÇÃO
Meu corpo estava pesado e uma sensação horrível de sufocamento estava me dominando, eu não conseguia escapar desse domínio. Era como se estivesse me sugando para algum tipo de buraco negro, talvez eu estivesse indo para o fundo do poço. Talvez fosse melhor ceder a todo esse caos de uma vez por todas e aceitar os fatos. Talvez doa menos.
Sinto um toque macio na minha cabeça, um cafuné que já me trouxe calmaria nos dias turbulentos. Abro os olhos e vejo a minha mãe de pé ao meu lado.
— Oi minha filha. – ela diz depois de me dar um beijo na testa.
— Mãe? O que faz aqui? – pergunto.
Passo as mãos nos olhos para limpar a visão e sento na cama.
— Eu soube do que aconteceu no restaurante, não pensei duas vezes em vir pra cá.
— Mas não foi divulgado o local para onde as vítimas foram levadas, como sabia que estávamos aqui?
— Infelizmente a notícia vazou filha. Hoje em dia é tudo muito rápido, é só passar uma mensagem e pronto.
— Deve ter uma monte de curiosos lá fora esperando informações só para ganhar mídia.
— Seu pai e o amigo de Dominic estão cuidando disso.
— Meu pai também está aqui?
— Sim, apesar daquele jeito bruto dele seu pai também se preocupa com você Mariana.
— Eu não quero ele aqui.
— É seu pai Mariana.
— Ele não parecia preocupado quando me expulsou de casa com uma criança na barriga.
— As pessoas mudam minha filha, acredite. Seu pai se tortura até hoje pelo que fez, por ter perdido os primeiros momentos de vida da neta, por ter magoado você. Dê uma chance a ele.
— Eu não vou pensar nisso agora. Preciso de informações sobre Dominic. Com licença.
Ponho um casaco, calço os chinelos e saio do quarto na direção certa. O médico sai da sala e vem ao meu encontro no corredor. Finalmente.
— Você deve ser Mariana, certo? – ele estende a mão e eu aperto em seguida.
— Sim, sou eu. Como ele está?
Ele puxa uma cadeira e faz sinal com o indicador.
— Por favor, sente-se aqui. A senhora está muito nervosa.
— Obrigada doutor...
— Bastos! Sou amigo do Caio e Dominic, fizemos faculdade juntos, em áreas diferentes.
— Por favor seja sincero comigo. Dominic está bem?
O homem a minha frente tira os óculos e a touca, passa as mãos nos poucos cabelos grisalhos que tem na cabeça. Respira fundo e sorri. Um sorriso meio torto, mas ainda um sorriso.
— Sim, ele está bem, na verdade, está estável. Foi uma cirurgia complicada por causa dos danos internos, hemorragias e parada cardíaca durante o procedimento, mas ele foi muito forte e não baixou a guarda. Dominic quer viver Mariana. Ele vai viver.
— Obrigada, muito obrigada. – as palavras saem emboladas no choro.
Respirei fundo, enxuguei as lágrimas e fechei os olhos. Vai ficar tudo bem, Dominic vai ficar bem.
Essas frases se repetiam como um mantra na minha cabeça, e agora, depois dessas notícias, eu estava começando a sentir um alívio no nó que se formou na minha garganta.
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UM AMOR PARA ETERNIDADE
RomantizmUm passado. Um medo. Uma vida. Mariana Assunção viveu essas palavras com tanta intensidade, que só ela sabe a dor que carrega no peito. O medo do próximo erro é inevitável quando se tem um coração ferido pela pessoa amada. Entregue-se. Liberte-se. A...