CAPÍTULO 5

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               MARIANA ASSUNÇÃO

Depois de uma bronca bem dada, banho e jantar sem direito a sobremesa Melissa foi para o quarto de castigo. Ela sabe que errou e que deixou todos preocupados, mas mesmo assim ela teima em culpar a bola que voou pra longe.

Isso agora já não importa mais!

Meu coração deveria estar calmo depois de tudo resolvido, ou pelo menos quase tudo. Mas calmaria passou longe de mim e aparentemente não vai voltar tão cedo.

Não sei exatamente o sentimento que me atingiu quando vi minha menina nos braços dele. Foi algo tão lindo e assustador ao mesmo tempo, durante à ida até a lanchonete eu havia visto alguém muito parecido com ele, mas obviamente não era já que seus trajes estavam opostos de quem vai aproveitar o sol.

Já não tinha forças e reencontra-lo com a filha nos braços mesmo sem saber da sua ligação me deixou extremamente abalada. Era um turbilhão de sentimentos me atingindo de uma vez só.

— Filha? Mariana? - ouço a voz da minha mãe chamar por mim da varanda.

Estou sentar num baquinho no pequeno jardim que minha mãe sempre fez questão de manter vivo.

— Oi mãe. - falei ao notar sua presença do meu lado.

— Está tudo bem? - apesar das brigas eu precisava desabafar com alguém e desde adolescente fiz isso com a minha mãe.

— Parece que o destino resolveu brincar comigo hoje.

— Por qual motivo ele brincaria com você, querida?

— No momento não sei, na verdade desde o momento em que vi o Dominic eu não sei de mais nada.

— Quem? O Dom, está aqui?

— Está, e já encontrei com ele. - infelizmente.

— Mas, como isso foi acontecer se ele está enfiado naquele País desde aquele dia?

— Acredite, foi ele quem achou a Melissa. O meu coração ficou tão apertado mãe. - as lágrimas rolavam no meu rosto, era um misto de dor e remorsos formando um nó na minha garganta.

— Ah minha querida, não fique assim. Tudo vai se ajeitar no tempo certo. - minha mãe me consolava.

— Assim espero. - respondo.

— Ele já sabe que é pai da Mel?

— Ainda não. Melissa também não sabe. - e nem sei se devo contar.

— Eles precisam saber Mariana. Eles tem direito.

— Eu sei disso, mas enquanto puder ele vai continuar sem saber.

— Você sabe que eu discordo, né?! Faça o que tem de ser feito filha. Acreditem em mim, vai sem bem melhor.

— Vou tentar, mas pretendo continuar fingindo que nunca o conheci.

— Bom, eu vou dormir. Por favor, apague as luzes quando entrar.

Minha mãe beijou-me a testa e saiu. O sono estava longe de chegar até mim, mas preciso descansar. Amanhã pelo jeito será um dia com emoções garantidas.

Com cuidado entro na casa e faço o que me foi pedido.

No meu antigo quarto estava a razão do meu viver, Melissa. Roda encolhida na cama com a boneca em volta dos braços. Sento ao seu lado e acaricio seus cabelos castanhos com mechas levemente douradas como do pai. Observo o máximo possível o terno dele depositado na cadeira.

Pego e trago como um cigarro o cheiro que vinha do tecido e senti-me a mesma adolescente medrosa de anos atrás. Não era exatamente um medo o sentimento que estava me consumindo. Talvez fosse uma insegurança pelo fato de reencontrar alguém que amei com todas as minhas forças.

UM AMOR PARA ETERNIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora