CAPÍTULO 23

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Aniversário de Melissa...

              MARIANA ASSUNÇÃO

A Mel hoje acordou antes do despertador, corria de um lado para o outro como um furacão desgovernado. Até entendo. Eu também ficaria assim se fosse meu aniversário. Essa criança está crescendo tão rápido que dá um aperto no coração. Se eu pudesse colocava dentro de um potinho e guardava no meu coração.

Seis anos! Ela já tem seis anos. Nossa!

Tantos obstáculos pra chegar até aqui meu Deus. Tantas decepções, mas também houve muita luta, determinação e fé. Como é bom saber que todo aquele medo que tive quando descobri a gravidez hoje é apenas amor por essa pessoinha.

A gestação foi de longe a parte mais difícil comparado ao o pós parto, rejeição da família e um bebê que se comunicava apenas com choro.

Lembro como se fosse ontem o primeiro banho que dei em Melissa, passei uma eternidade para colocar aquele corpinho pequeno na água com medo de estar muito quente ou muito fria, e foi incrível quando finalmente parei de chorar e comecei a banhar ela. Melissa gostava da água, tava morninha, ela sugava os dedos das mãos mostrando tranquilidade. Com o passar dos dias fui pegando jeito e adaptando as técnicas que aprendia na internet.

Em dias de cólicas eu chorava junto com ela na maioria das vezes. Achava tão injusto ela sentir dor só porque comi um pedacinho de chocolate, até parei de comer chocolate na época, mas depois aprendi que tudo era questão de equilíbrio.

E o famoso salto de desenvolvimento? Nossa! Essa fase com certeza dura até hoje. Melissa é muito serelepe.

Hoje, o amor da minha vida faz seis aninhos. Minha grande guerreira, minha dose diária de amor e força.

Como havíamos combinado, mandei Melissa para a casa de uma amiguinha pra poder arrumar tudo sem pressa, porque ela estava ansiosa e já queria furar o bolo com o dedo, abrir os presentes que meus pais mandaram. Eles não vêm, eu já estou acostumada com a ausência deles na minha vida, mas a Mel não, ela não tem culpa e nem deveria se sentir abandona pelos avós maternos.

Por falar nisso, será que Dominic já encarou os pais sobre isso? Afinal eles receberam a carta que mandei anos atrás, pelo menos é o que acho.

Karol fez questão de vir me ajudar já que milagrosamente o restaurante hoje não irá funcionar. Hoje é dia de revisão geral dos aparelhos da cozinha, sistema de segurança, refrigeração e outras coisas internas.

Todo mundo liberado, em pleno domingo. Só pode ser obra de alguém lá de cima. Obrigada!

A campainha toca e já sei que é a minha amiga surtada. Os gritos não negam, ela é a tia maluca da Melissa já que não tenho irmã ou irmão pra esse posto.

— Bom diaaaaaaa... – abro a porta e me deparo com várias caixas em seus braços.

— Esse seu bom humor vai ajudar muito na arrumação, bom dia flor. Quer um café?

Tudo que vamos usar estava dentro das caixas pronto pra fazer a decoração mais linda do mundo, do jeitinho que a Mel pediu.

— A minha dose de café já ultrapassou o limite hoje, mas eu aceito. – Karol ama café.

— Café nunca é demais. Vem, pode ficar a vontade. – pego algumas caixas e ponho no chão.

— Obrigada.

— O maior trabalho vai ser tirar todos os móveis da sala, já que não tenho tanto espaço. – digo.

A minha casa não é tão grande como as dos vizinhos, quando meus pais compraram na época tínhamos o objetivo de usá-la apenas em momentos especiais, viagens, mas quando fui expulsa de casa por meu pai foi ela que me restou. Pelo menos tive um lar aconchegante, que foi ficando do meu jeitinho com o passar dos dias.

UM AMOR PARA ETERNIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora