CAPÍTULO 14

723 112 10
                                    

              DOMINIC FALCÃO

No caminho para o "restaurante" pensei um milhão de vezes sobre o meu pingo de gente, acho que já me adaptei com a novidade de ser pai... mas pra ela acho que vai ser diferente. Afinal, Melissa acha que o pai esta morto e não ao seu lado louco para revelar tudo e resolver essa história de vez.

Entro na garagem do apartamento e estaciono o carro, abro a porta e as duas descem.

— Que lugar é esse? – a menina pergunta olhando a sua volta com curiosidade.

— Eu moro nesse prédio, lá em cima. – digo.

— Uau! – ela fica deslumbrada ao ver o elevador se abrir.

— Você não me disse que ia nos trazer pra sua casa. – Mariana solta um pouco de veneno no seu comentário.

Vai ser difícil conquista-la novamente, ou tentar qualquer tipo de aproximação.

— Você também não tinha me dito que eu tenho uma filha. – rebato com o mesmo tom.

— Por culpa sua Dominic. Affs... Ter aceito esse almoço foi um erro. – ela faz menção de ir embora mas seguro sua mão.

— Calma, já chegamos até aqui, não podemos desistir. Ela é minha filha também.

— Você tem uma filha? – Melissa me encara de braços cruzados.

— Tenho sim, mas ela ainda não sabe que tem um pai. Ainda é segredo.

— Que pena, você é legal sabia? – acho que já ganhei um ponto positivo.

— Sou é?! Obrigada então. Vamos subir?

— Vamos, vem mãe.

Entramos no elevador e só se ouvia a voz da Melissa fazendo mil perguntas ao mesmo tempo. Ela continua tagarela.

Abro a porta e elas entram. De imediato somos pegos pelo bom cheiro da comida.

— Fiquem a vontade. – digo.

— Posso servir o almoço? – me pergunta a cozinheira que contratei de última hora, ainda estou me adaptando aqui.

— Não será necessário, pode ir descansar. Obrigado.

— Com licença.

— Vamos comer? – pergunto.

— Primeiro tem que lavar as mãos, não é mãe?

— É filha, vai lá na pia.

Melissa sai na direção da cozinha e eu olho pra Mariana que esta com uma cara nada boa. Pelo jeito eu não sou o único nervoso aqui. Respiro fundo e me sento no sofá.

— Sente-se, o seu nervosismo é notável. Se quiser esperar mais alguns dias não tem problemas, eu vou entender. – digo.

Consigo compreender o lado dela, eu sumi por anos sem ao menos lutar por nós, fui fraco em vários pontos e não posso exigir muito agora.

— Eu não quero esperar mais, não seria justo com ela nem com você. Melissa sente falta do pai, aliás... ela não sabe o que é ter um pai. – suas palavras chega a doer em mim, como uma facada bem no feito.

— Vou tentar ser o melhor pai do mundo pra ela, eu prometo.

Ouvimos um barulho de vidro quebrando e quando nos viramos para ver o que foi a causa, vejo Melissa com os olhos cheios de lágrimas. Acho que ela escutou um pouco da nossa conversa. E pela sua cara acho que ela entendeu muito bem o conteúdo.

— Você se machucou meu amor? – Mariana corre até ela e vê se ela está bem.

Fico paralisado, sem conseguir reagir. Acho que estamos em choque.

UM AMOR PARA ETERNIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora