CAPÍTULO 24

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                   DOMINIC FALCÃO

Achei que terno e gravata seria muito formal para uma festa infantil, acredito que seja a primeira que vou depois de muitos anos distante de qualquer diversão, sim festas infantis são bem divertidas, então vesti uma camisa de mangas longas na cor branca e uma calça jeans preta. Calcei meus tênis tamanho 45 também pretos. Há muito tempo não usava algo tão casual assim, mais despojado mesmo.

Lembro de quando era adolescente, só vivia com tênis nos pés, usava em qualquer ocasião que aparecia e meu pai odiava aquilo, dizia que eu estava parecendo um favelado. Ridículo!

E por falar nele, ainda tenho que tirar a limpo essa história sobre as cartas que Mariana enviava para mim mas nunca foram entregues. E, também contar que eles tem uma neta, que hoje faz seis anos de vida.

Terminei de me arrumar e coloquei um cordão que trago comigo desde pequeno, foi um presente do meu avô, antes de falecer. É um objeto com grande valor sentimental pra mim. Meu avô era um homem sábio, honrado, gentil, às vezes ficava puto, mas era o jeitinho dele.

Peguei o presente de Melissa e sai do apartamento.

— Olha só! Que surpresa maravilhosa. – ouço uma voz feminina, daquelas bem enjoada.

— Débora! – digo, sem muita empolgação.

— Eu mesma. Tudo bem? – ela me cumprimenta com dois beijos no rosto, provavelmente deixando a marca do seu batom.

— Tudo bem sim, bom... Agora eu preciso ir.

— A minha amiga mora nesse prédio, acho que vamos nos ver mais que o normal.

— Acredito que não! – digo.

— Huuuum... Papel de presente colorido, vai a uma festa de criança Dominic?

— Se está tão claro porque ainda pergunta? – retruco com ironia.

— Acho que fui invasiva, desculpe!

— Sim, você está sendo invasiva Débora.

— Foi mal. – ela levanta as mãos em defesa e sai da minha frente.

— Tenha uma boa tarde, com licença.

Aperto o botão do elevador e espero às portas abrirem. Entro e aperto para o térreo e a Débora continua lá me olhando com os seus olhos de predadora faminta até às portas fecharem.

Acho que eu preciso ser mais direto com essa mulher, falar o óbvio pra ela ou se preferir fazer um desenho deixando bem explícito que não a quero em minha cama ou coisa do tipo.

[...]

Estaciono o carro, peguei o presente da minha filha e também o buquê de flores que comprei para minha namorada, digamos que ela ainda não sabe, mas a nossa relação está basicamente assim.

Mesmo estando a alguns metros afastado da porta já consigo ouvir perfeitamente a agitação da criançada, vai ser uma tarde bem barulhenta pelo andar da carruagem.

Toquei a campainha e fui nocauteado por um abraço quentinho e apertado.

— Papaaaaai! Você veio mesmo.

— Eu não poderia perder esse dia especial, filha. E eu te prometo não perder mas nada que envolva você e sua mãe. Vocês são a minha família agora. Amo vocês!

— Fique a vontade, Dominic. – Mariana sorrir para mim e só agora pude notar o quanto ela está linda.

— É pra você. – entrego o buquê e recebo outro sorriso seguido de um olhar encantador.

UM AMOR PARA ETERNIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora