MARIANA ASSUNÇÃO
Já que tinha deixado boa parte do meu trabalho pronta eu teria uns minutinhos a mais na hora do almoço. E minha nossa senhora, como estou faminta, ultimamente não tenho me alimentado bem e nem dormindo sequer seis horas por noite.
— Vai almoçar com a Mel hoje? – Karol me pergunta, enquanto ajeita seus cabelos. Nunca vi uma pessoa mais vaidosa que essa daí. Ela diz que é pra chamar atenção dos gatinhos que passam por aqui. Safada!
— Hoje não. Ela está na escola ainda e de lá vai pra casa de uma amiguinha. – depois de um discurso enorme eu liberei.
— Festa do pijama?– essa festa veio em uma boa hora.
— Eu dei nome de, folguinha. – mordo o lábio quase machucando.
Karol me olha de boca aberta.
— Que maldade criatura, tirando "folguinha" da própria filha. Sua Cruela. – não tem como manter a seriedade perto dela.
— Para com isso criatura. Eu amo ser mãe, mas confesso que têm dias que eu realmente preciso ficar sozinha. Como hoje por exemplo. Minha mente tá uma loucura.
Só quero chegar em casa e apagar naquela cama.
— Hum, sei. Aposto que é tudo culpa de um certo gostosão que está um deus grego vestido naquele terno. E que por sinal, está vindo na sua direção.
Fico confusa, mas olho na direção que ela aponta.
— O quê? – o meu coração acelera e parece que me falta oxigênio no momento. Até minhas pernas tremem, traidoras!
Karol sorri e manda beijinhos.
— Tchauzinho flor, boa sorte aí. Aí que inveja branca.
Eu mereço!
Amiga safada que me abandona justo agora que estou com as pernas moles. Vou acabar caindo desses saltos filho da puta de tão altos. Ah, amiguinha... Vai ter volta viu.
— Posso saber porque não me atende Mariana? – como pode isso gente. Seus olhos exalam raiva e tesão na mesma medida.
Ôps! Calma aí. Oi? Ouvi bem o que ele disse?
— Bom dia Dr. Dominic, alguma preferência de mesa? – ignoro a sua arrogância e faço o meu trabalho com um sorriso fingido e sarcástico. Isso com certeza vai irrita-lo mais ainda. Nem ligo.
Continuando...
— Prefiro que pare de fingir e responda a minha pergunta de uma vez. – quanta fúria numa frase só. Tadinho dele.
Passo às mãos no cabelo buscando paciência e olho em seus olhos.
— Primeiro, não te devo nenhuma satisfação da minha vida. Segundo, estou no meu local de trabalho se não percebeu. E terceiro, não estou nem aí pra sua tromba de elefante.
Acho que agora sim a fera vai me engolir de vez.
Ele se aproxima do balcão de vidro escuro e me fuzila com os olhos. Isso moço, arranca os cabelos pra vê se você para de chamar atenção dessas mulheres interesseiras.
— Não teste a porra da paciência que não existe em mim Mariana. Pare com esse atrevimento.
— Não sou obrigada, querido. – sorrio abertamente.
Ficamos nos encarando por uns segundos até alguém para ao lado dele.
— Bom dia Mari. Acordou bem? – recebo um sorriso gigante que aos poucos se desfez.
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UM AMOR PARA ETERNIDADE
RomanceUm passado. Um medo. Uma vida. Mariana Assunção viveu essas palavras com tanta intensidade, que só ela sabe a dor que carrega no peito. O medo do próximo erro é inevitável quando se tem um coração ferido pela pessoa amada. Entregue-se. Liberte-se. A...