MARIANA ASSUNÇÃO
Já tinham passado dois dias desde o ocorrido e o restaurante ainda continuava de portas fechadas por ordens da polícia para averiguações e coleta de digitais. O Roberto estava a ponto de explodir de tanta preocupação quando me ligou mais cedo, isso provavelmente acabaria com a boa reputação que levou anos para construir. Ele disse que está aceitando ideia para uma nova reinauguração, algo inovador que relembre ao público o motivo do Pallace ser um dos mais renomados restaurante entre a nossa culinária e eu não vou medir esforços para ajudar isso acontecer.
Ele sempre me estendeu às mãos quando precisei, foi e é muito compreensivo com a minha maternidade e também é um bom chefe.
— Mariana, ligaram do hospital. Pediram pra você ir lá. – minha mãe diz assim que chega a porta do quarto de Melissa.
— É o papai? – Mel pergunta. Não falamos tudo, mas ela já sabe que o pai está dodói.
— É meu amor, eu vou lá no hospital falar com médico. Talvez seja mais uma injeção que ele precise tomar.
— Eu também não gosto de injeção, só quando ganho pirulito depois. – ela faz uma careta muito engraçada, provavelmente lembrou da última ida ao médico.
— Pronto mocinha, ficou linda a sua trança. – tiro ela do meu colo e ponho na cama.
— Eu não quero ir pra escola, mamãe. Deixa eu ir com a senhora? Por favorzinho...
— Já conversamos sobre isso filha, não pode ir agora.
— Estou com saudades do Thor.
— De quem? – minha mãe pergunta.
— Thor é o apelido que Melissa deu a Dominic, quando se conheceram, antes de tudo.
— Ah, entendi.
— Deixa mamãe? – ela pede novamente fazendo o bico mais lindo do mundo.
Me parte o coração ter que manter ela longe do pai nesse momento, mas é melhor assim.
— Não posso te levar agora, quando o médico liberar você vai e eu até deixo você levar as suas bonecas pra brincar com ele.
— Vem meu amor, vovó vai preparar a sua lancheira e te deixar na escola. Seu avô já está no carro.
— Boa aula meu docinho, eu amo você.
Dou um beijo na sua testa e ela sai com a cara amarrada por não conseguir o que quer. Ela herdou a personalidade do pai, na verdade herdou tudo, eu só fiz carregar nove meses e parir.
Agora é a minha vez de me arrumar, pareço um ninho de passarinho.
[...]
Chego no andar que Dominic está internado e sou recebida por Caio que estava parado em frente a porta. O semblante neutro dele me deixa inquieta.
Será que aconteceu alguma coisa ruim?
— Oi Caio, se for notícia ruim fala logo. – ele abre a porta atrás de si e dá espaço para que eu possa ver.
— Segura esse coração e entra. Tem uma pessoa que está louca pra te ver.
Passo pela porta e a primeira coisa que vejo são os azuis dos olhos de Dominic brilhando pra mim. Como eu amo esse brilho. Eu amo esse homem.
— Oi Mari! – a voz saiu fraca, mas ele falou.
Vou até ele o beijo na boca, segurando seu rosto entre as minhas mãos. Eu sinto as lágrimas descendo dos meus olhos e se misturando entre nossos lábios. Fecho os olhos e agradeço mentalmente a Deus por esse homem ter acordado. Fico ali alguns segundos, sentindo o cheiro do seus cabelos que foram lavados e penteados por alguém.
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UM AMOR PARA ETERNIDADE
RomanceUm passado. Um medo. Uma vida. Mariana Assunção viveu essas palavras com tanta intensidade, que só ela sabe a dor que carrega no peito. O medo do próximo erro é inevitável quando se tem um coração ferido pela pessoa amada. Entregue-se. Liberte-se. A...