CAPÍTULO 30

406 49 13
                                    

                  DOMINIC FALCÃO

O frio estava presente em todo o meu corpo, a dor física que eu estou sentindo nem se compara com a dor no meu coração por ver Mariana passando por toda essa situação. Escutar o seu choro descontrolado e sentir suas lágrimas pingando em mim só faz quebrar ainda mais o meu mundo. Suas mãos estão frias, trêmulas, sujas de sangue, a respiração fora de controle e eu não consigo fazer nada. Merda!

Meus olhos estão pesados e eu ainda continuo lutando para não os fechar, eu quero ver o rosto dela, mesmo com a visão embaçada e pouca luz eu quero ver os olhos da mulher que amo, o olhos castanhos mais lindos que já vi. Mas agora tudo dói... E dói numa proporção que não consigo mensurar. Tudo gira, e aos poucos vai sumindo. Só escuto de forma quase inaudível a voz de Mariana pedindo pra eu não deixá-la, e eu não quero deixar essa mulher. Mas o meu corpo nega o seu pedido e cede a escuridão.

               MARIANA ASSUNÇÃO

Aproximadamente vinte minutos após os assaltantes terem saído levando uma boa quantia de dinheiro do restaurante, Caio chegou ao local com uma equipe que nunca tinha visto antes, os trajes eram totalmente táticos, junto com eles também vieram uma equipe médica que logo prestaram atendimento a Débora e Dominic, e a polícia local.

Ambos foram levados as pressas para um hospital particular, e agora estou aqui, sentada no banco de um carro que parece uma rocha de tão blindado a caminho do hospital ao lado de um homem que também está sofrendo.

Caio dirige calado, e apesar da minha dor eu consigo sentir a dor dele. Seus olhos estão concentrados na estrada, mas vejo quando uma lágrima escorre pelo cantinho do seu olho e dessa vez ele permite cair.

Encolhi ainda mais o meu corpo no banco e choro baixinho. Ainda não consigo acreditar no que aconteceu, foi tudo tão rápido e assustador que pareceu ser uma cena de filme.

— Ele vai sobreviver Mari, o Dom é forte. – ele faz um afago no meu ombro e logo se concentra novamente.

— Tinha muito sangue, e ele não tava respirando. – digo entre os soluços do choro.

— Eu vi, mas ele vai sobreviver, ele tem que viver, porra Dom! – Caio esmurra o volante, deixando a ira sair.

Tentei me manter forte o tempo todo, mas não dá, não dá mais, eu não consigo. Eu preciso colocar pra fora toda dor e medo que estão acumulados em mim. A quem estou tentando enganar? Eu vi o sangue, eu senti seu pulso parar e a sua respiração falhar. Eu vi seus olhos, o azul mais lindos que já vi, fecharem com o peso da dor e o seu coração já não batia com tanta força. Ele tava partindo nos meus braços.

— Onde está a minha filha? – pergunto por Melissa enquanto enxugo as lágrimas que não param de rolar.

— Está na sua casa com a Bruna, as deixei dormindo quando saí. Também deixei dois seguranças da minha confiança para cuidarem da sua casa. Não sabemos se foi um simples assalto ou se foi armação contra Dominic e o Roberto.

— Armação? Mas quem faria isso?

— Vamos descobrir. Como um grande advogado e empresário, o Dominic têm alguns desafetos que adorariam se vingar, já o Roberto eu não sei muito sobre ele. Mas sei que é um homem de negócios.

— Por isso tinha seguranças que nunca vi na porta. Eles usavam o roupas parecidas aos dos assaltantes.

— São as mesmas pessoas Mariana, quem contratou a equipe de segurança pode estar por trás do roubo. Quando recebi o alerta do Dom já sabia que tinha acontecido alguma merda grande.

— Alerta?

— Usamos um botão de alerta na maioria dos relógios, isso faz parte do código de segurança da minha equipe. Só usamos em situações extrema de perigo e o Dom nunca tinha acionado antes.

UM AMOR PARA ETERNIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora