CAPÍTULO QUATRO

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Exaustão era tudo o que eu estava sentindo, mal conseguia manter os olhos abertos. A vampira estava com o bebê aninhado no seu colo, cantando músicas antigas sobre deuses e heróis. O bebê chama-se Gerald, homenagem a um antepassado que lutou na grande guerra.
Morfeu deixou o quarto no instante que o sobrinho nasceu, já fazem duas horas que estou tentando recuperar minha energia, minha magia.

— Beba; — uma curandeira entregou-me uma xícara de chá. — Vai ajudá-la!

Eu não protestei, bebi o chá doce e com um aroma agradável.

— Mais uma vez eu lhe agradeço; — disse a Vampira emocionada. — Que os deuses iluminem a sua existência.

— Foi uma honra Alteza; — levanto-me, todo meu corpo doía. — Mas preciso voltar para casa agora. Meu companheiro está me aguardando.

— Companheiro? — O pai da criança, encarou-me intrigado. — Você dorme com outro macho?

A ligação, eu tinha me esquecido. Eu era uma escolhida do príncipe Morfeu.

— Sim, sou dona da minha própria vida. — arrumo a barra do meu vestido. — Alguém poderia me levar até minha casa.

— Senhorita Airmeithy; — Um Senhor adentrou o quarto, acompanhado por  três guardas, usando suas armaduras de bronze, com o belíssimo símbolo real gravado no peito. — O Rei quer conhecê-la.

O Rei? Ah não, sinto-me extremamente insegura.

— Eu-eu; — gaguejei aflita. — Já anoiteceu, não posso demorar.

— Eu entendo perfeitamente Senhorita, meu Rei não vai demorar.

Eu olhei para vampira com seu bebê, ela sorriu encorajando-me. A curandeira que estava auxiliando a princesa, não me encarou. Continuou dobrando as fraldas e organizando as roupas do recém-nascido.

— Está certo, vamos!

O senhor me guiou nos corredores escuros e gelados do castelo.  Sinceramente, estou com medo. Como vou contar para o Finn que minha ligação aconteceu com outro macho? Eu não posso deixar de amá-lo, eu não consigo esquecê-lo. Finn é um companheiro perfeito, é tão romântico e leal. Dizem que podemos renunciar a ligação, mas como? Eu sinto Morfeu em cada centímetro do meu corpo.
O Senhor parou em frente a porta, que dois guardas protegem.

— Senhorita Airmeithy, abram a porta. — Os guardas empurram a imensa porta de madeira rústica, adentramos num salão amplo e gigantesco. O chão era revestido com um tapete vermelho, sofás e grandes almofadas eram ocupados por vários machos e fêmeas. Os machos estavam vestidos formalmente, mas as fêmeas eram belas e sensuais. Usando anáguas transparentes.
Minha boca salivou quando noto uma mesa repleta de comida, recheada com as mais deliciosas receitas do Reino, meu estômago implorou por alimento. Minha magia esvaiu, usei todo meu estoque de poder. Tudo que preciso agora é de uma boa alimentação, muito líquido e descansar.
O Rei estava sentado no seu trono, havia mais dois tronos ocupados. Morfeu estava sentado à direita do Rei e outro macho, com uma aparência bem distinta no trono à esquerda.

— Majestade! — faço uma leve reverência.

O Rei sorriu, ele era muito bonito. Lembrava muito o filho primogênito, a única diferença era o cabelo longo e muito liso. E as íris em uma tonalidade avermelhada.

— Que criatura adorável; — Disse num ronronar. — Bela, forte e única. — O Rei levantou-se, caminhando na minha direção. — Conte-me como se especializou em partos?

— Sim Majestade, comecei a estudar na Ilha do Norte, viajei pelos Reinos por sete anos em busca de conhecimento!

Não ousei encarar Morfeu, não posso perder o meu controle na frente do Rei.

Morfeu - O Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora