Morfeu - O Príncipe Sombrio

CAPÍTULO QUATORZE

Com sete anos minha mãe começou a passar ensinamentos sobre a minha magia. Quando eu estava sendo gerada no seu ventre minha mãe recebeu uma visita da Deusa Airmid, a senhora das ervas medicinais e a rainha da cura. Airmid é a Deusa dos encantamentos e da magia com ervas. Detém poderes sobre a cura por intermédio das ervas e suas especialidades. Conhece o uso de cada planta, é ela quem nos ensina as propriedades das ervas mágicas. Também é conhecida como a guardiã da fonte eterna da juventude. Vinda de uma família de curandeiros, Airmid reflete a combinação do conhecimento prático e mágico. Tem o poder de curar animais e humanos, ama tudo e respeita a todos. Uma Deusa belíssima, adorada e minha protetora. Quando estou perdida faço uma Magia Cerimonial para invocar Airmid.
Magia Cerimonial é uma experiência transcendental que leva a Bruxa para reinos místicos e permite que ela se comunique com sua guardiã. A cerimônia começa carregado por tantras, magia que é libertada por palavras. Acendo minhas velas e queimei flores de verbenas e camomilas para purificar o ambiente, relaxar meus pensamentos e trazer serenidade.
Começo a minha Cerimônia traçando um círculo mágico para proteger meu corpo, minha mente e minha alma. Marcando os quatros elementos nos pontos cardeais.

— Eu lanço este círculo de poder para ser o meu escudo e minha ponte entre os mundos dos imortais e deuses. Eu consagro e abençôo em nome de Airmid; — Caminhei ao redor, libertando o meu poder. — O Círculo está traçado, que assim seja; — Sento-me no centro, virando-me em direção do Norte. — Terra, que frutifica e gera. Eu invoco a sua força neste ritual; — Viro-me para o Leste. — Ar que nos traz a inspiração, eu invoco a sua força neste ritual; — Viro-me para o Sul. — Fogo que traz calor e luz à terra, eu invoco a sua força neste ritual; — Viro-me em direção ao Oeste. — Água que cura e purifica, eu invoco sua força neste ritual; — Respirei fundo para começar minha invocação. — Agradeço os quatro elementos, sejam-vindos; — fecho meus olhos. — Osso com osso, veia com veia. Pele a pele, tecido para tecido. Sangue de Sangue, carne de carne. Cura e amor, Airmid eu invoco a sua presença…

Recordo-me de cair em sono profundo, mas quando abro meus olhos novamente estou caminhando em uma floresta com árvores antigas e uma névoa muito densa. O clima era sombrio e frio, a terra estava molhada e as folhas das árvores repletas de orvalho. Era uma aurora cinza e gelada, um pouco estranho… Muito estranho, estamos no verão não é comum um clima tão sombrio no amanhecer.
Continuei caminhando, desviando das árvores e seguindo uma trilha pequena na floresta. O local não era conhecido, nunca estivesse em uma floresta tão assustadora.

— Você demorou meu Príncipe!

Meu príncipe? Viro-me para direita ficando de frente com uma velha, ela estava nua… Meu corpo inteiro estremeceu, não… Tem alguma coisa errada, eu não deveria estar aqui!

— Diga-me deve viver ou morrer?

Essa voz… Morfeu?

— Fomos enganadas, Alteza. O mestiço era inteligente. — Comentou a Velha que era horrenda e assustadora. Os dentes pontiagudos e pobres, os olhos inteiros negros e algumas partes do seu corpo estavam em decomposição. Como o braço e a perna esquerda.

— Onde ele está?

— Está com Carman, minha irmã está divertindo-se. Eu não tenho vivacidade e força para castigá-lo. — Uma lampejo de dor surgiu naqueles olhos negros e macabros.

— Amanhã mandarei uma jovem para Floresta. Tenho certeza que resolverá o seu problema.

— Ah meu príncipe; — A velha jogue-se nos meus pés, quer dizer… nos pés do Morfeu. — Você sempre foi o mais bondoso, diga-me o que aconteceu com Caortha?

— Está morto! Tragam o mestiço até mim.

— Sim Senhor…

Velha tornou-se parte da floresta, adentrando no tronco de uma árvore. A cena me causou calafrios, eu estou com medo, horrorizada, mas não conseguia me mover. Estava presa nas lembranças do Morfeu… Porque Airmid me trouxe até aqui? O que ela quer me mostrar?
Uma mulher mais jovens, muitíssimo bela surgiu entre a névoa acinzentada, puxando Finn com o rosto complementamente ensanguentado.