Morfeu - O Príncipe Sombrio

CAPÍTULO NOVE

“Bem-Vinda a família”, eu sabia que não era mais a mesma. Tudo estava diferente, alguns estudos na Ilha do Norte comprovam que usamos apenas 11% da nossa visão, também não temos uma audição elevada. Vampiros usam 80% da sua visão e audição é capta sons que ninguém (até mesmo uma bruxa) é capaz de ouvir. Neste momento, consigo ouvir a conversa do Morfeu, fora do quarto. Ele está discutindo com o Rei, sobre doenças e drogas.

— Está tudo bem? — A preocupação vincou na testa da minha irmã.

— Você está ouvindo?

Minha irmã olhou para os lados com uma expressão confusa.

— Ouvindo o quê?

— A discussão do Morfeu com o Rei; — minha irmã abraçou o livro de romance que estava lendo. — O Rei usa ervas alucinógenas?

— Shhn, fala baixo eles podem ouvi-la!

Eu balanço a cabeça.

— Preciso fazer xixi!

— Yas, você consegue lembrar-se do que aconteceu?

Neguei com a cabeça, imagens chegavam na minha mente. Mas nada revelador, eram cenas de uma luta, sons e um cheiro horrível estrume.

— Tenho uma leve sensação de que não vou gostar das revelações!

Arrasto-me para fora da cama, minha irmã rapidamente veio me auxiliar.

— Calma, Yasmine. Eu preciso pegar os lenços íntimos. Você ainda está sangrando!

Lenços íntimos? Eu não queria lembrar, eu estava evitando recordar dos pesadelos que vivi. Evitar a dor e todas as emoções que ela causava e trazia. Mas o gosto da traição queimou minha boca, queimou o meu corpo e lembrei, me lembrei de tudo.
Meu choro começou com um simples soluço, depois minhas lágrimas eram uma tempestade de emoções. Eu gritei, eu implorei para não ser real. Finn me traiu da maneira mais cruel e fria que poderia existir, ele me vendeu… Ele negociou a minha vida como uma xícara de porcelana que fica parada na loja, sem lucros e sem serventia. Como se minha vida não valesse nada. Como se a vida que estava pulsando dentro do meu ventre não significasse nada.

— Pelos deuses; — Rebeca abraçou-me com força, tentando acalmar os tremores do meu corpo. — Eu estou aqui, todos estamos aqui.

— Ele… Finn, ele… — solucei, entre os gritos que expressavam minha dor. — O meu bebê!

— Eu sinto muito, minha irmã. Eu sinto muito por tudo, você não merecia sofrer.

Eu chorei, despedaçando-me novamente. Eu nunca vou conhecê-la. Eu nunca vou segurá-la em meus braços.

— Droga, eu preciso chamar o príncipe; — no instante que minha irmã pensou em afastar-se, o macho transpôs pela porta. — Graças a Dana, você chegou!

— Ela lembrou? — Rebeca confirmou sutilmente com a cabeça. — Yasmine; — Morfeu ajoelhou na minha frente. — Eu sei que está doendo, mas é através da dor que você se tornará forte.

— Eu não vou conseguir superar; — confesso aflita, ele era meu companheiro que dormia do meu lado. Eu confiava que estava segura com ele, com o macho que é dono do meu coração. — Ele-ele…

— O mundo pode ser decepcionante, mas você pode compreender a sua dor e libertá-la ou continuar influenciada por seu sofrimento. — Morfeu limpou as minhas lágrimas. — Você é uma fêmea forte, que é capaz de sentir a felicidade novamente.

— O demônio me matou?

— Você precisou passar por uma transformação. Ele a deixou muito ferida, não iria sobreviver.