CAPÍTULO DEZESSETE

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É comum um lobisomem se curar, ele tem um organismo muito forte. Bruxos também tem o dom da cura, nossa própria magia cura ferimentos extremos. Finn estava febril, suando muito e estava fazendo necessidades fisiológicas em fraldas. O macho estava morrendo, muito magro e imediatamente comecei meus diagnósticos.
Pousei minha mão na sua testa, deixo a minha magia fluir, minha mão transformou-se em luz pura.
Seus pensamentos estavam perturbados, o macho estava alucinando por causa da dor.
A falta da magia afetou o sistema imunológico, impedindo o corpo de se defender de vírus e bactérias. As doenças estão alastrando-se entre os imortais.
Doenças como a morbus obumbratio, que afeta a mente dos imortais.
A morbus fornicatur, uma doença que é transmitida sexualmente. Comum em meretrizes, mas tem cura.
A morbus detractos doença que atinge as pernas e ossos. Agora existe mais uma doença para ser estudada e vencida.

— O que podemos fazer? — Mayo pergunta-me com uma expressão aflita. — Ele está aqui há uma semana.

— Primeiro ele precisa de um banho!

— Eu já tentei, mas um Lobisomem pesa toneladas.

Ela tem razão, não vamos conseguir erguê-lo. No entanto, eu conheço alguém que consegue com uma única mão.

— Vai preparando a banheira. — concentro-me na nossa ligação, naquela linha forte que nos prende. No laço que amarra nossas almas. — Morfeu preciso de você! — sussurrei, suplicando para ser atendida.

— Finn foi expulso da Loja de Porcelana; — Conta-me Mayo, tirando a roupa do macho que respirava com dificuldade. — O Vilarejo lhe virou as costas, ignorando Finn.

— Eu não queria que fosse assim. — Digo com minha garganta queimando. Eu queria que tudo fosse diferente.

Batidas fortes na porta desperta-me dos pensamentos tristes, não posso esquecer quem eu sou. Vou fazer de tudo para curá-lo, esse é meu dom e a minha sina.
Corro até a porta, abrindo.
O Vampiro grande estava com as íris num tom intenso de vermelho. Ele ainda carregava meus livros e minha bolsa.

— Graças a Airmid, você pode me ajudar?
Ele não disse nenhuma palavra apenas adentrou o quarto da Mayo que estremeceu quando o príncipe aproximou-se. O macho encarou Finn no seu estado lamentável e triste.

— Ele está doente, não posso deixá-lo morrer! — Faço uma súplica aos deuses, Morfeu precisa entender. — Ele necessita de um banho está defecando em fraldas. Preciso ajuda-lo, Morfeu…

O príncipe tirou seu bonito casaco, arregaçando a manga da camisa de malha fina.

— Diga o que preciso fazer!

Meus olhos ardem com lágrimas intrusas, que chegam sem avisar. Eu sempre estou agindo como uma criança infantil, mas no fundo eu posso compreender. Morfeu é um macho Altruísta, ele está pronto para ajudar no que for preciso. Cada segundo ao lado dele corro o risco de me apaixonar perdidamente e incondicionalmente.
E tenho medo.
Medo do quanto posso me machucar.
Medo de não conseguir me adaptar no seu mundo. E um medo incontrolável de vê-lo casando-se com outra fêmea.

— A banheira está quase cheia; — Alertou Mayo. — Vamos levá-lo até banheiro. Consegue carregá-lo?

Morfeu assentiu, pegando cuidadosamente o macho no colo. Finn gemeu de dor, nas suas pernas tinham feridas e nas costas também.

— Precisamos esfregar as feridas, vou amenizar a dor com minha magia. Mayo, pode esterilizar o quarto e troque todos os lençóis. — A fêmea assentiu, correndo para sua nova função.

Morfeu me ajudou.
Não saiu um único minuto do meu lado, um verdadeiro companheiro. Sempre perguntando-me sobre os ferimentos. Avaliando as necessidades e as limitações do paciente, cuidando para não abrir feridas cicatrizadas e lutando para salvá-lo.
Foram horas, cada minuto cansativo e exaustivo. Há noite Finn melhorou, sua respiração estava mais relaxada e seus batimentos cardíacos voltaram ao normal.
Mayo dormiu do lado do Finn, em uma poltrona.

Morfeu - O Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora