CAPÍTULO 41

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POV Natalie

Estava ansiosa para saber o que aquele homem estava fazendo na casa dos pais da Priscila, eu sei que não é da minha conta e tudo mais, mas a curiosidade esta falando mais alto no momento.

Depois da casa dos pais da Priscila voltamos pra casa, fui direto pro apartamento da Priscila, ultimamente era assim passava mais tempo no ape dela do que la em casa, e Lauren mais tempo la em casa do que no ape da Pri. E Callie já fazia alguns dias que não a via, ela passava mais tempo na casa do namorado.

Natalie – Pri, porque demoraram tanto la no escritório? – Estava curiosa para saber o que foi tratado lá.

Priscila – Ah meus pais e Amélia, contaram para Lour, que ela é filha do meu pai. – Ela falou com tanta naturalidade, meu queixo foi la no chão, eu estava tipo abismada.

Natalie – Como assim? – perguntei ainda mais curiosa...

Priscila – Longa historia, mas o principal, eu conversei com meu pai, e descobri o motivo do Sr Almeida ter ido lá.

Natalie – E qual foi? – Perguntei sem hesitar.

Priscila – Eles se conhecem desde a juventude, estudaram juntos, são velhos amigos, meu pai falou que o Michel teve um grande amor na juventude mas a moça era pobre e seus pais o obrigaram a partir. Michel fez faculdade em outro estado e quando voltou estava disposto a encarar os pais. Enfim pelo jeito tudo o que Michel disse realmente é verdade. – Eu ouvia tudo atentamente eu estava realmente interessada. – Meu pai falou que Michel é um bom homem, não tem família, depois que sua mãe sumiu ele teve indícios de depressão e foi apenas se agravando mais... – fiquei quieta abismada com tudo que estava ouvindo. – Ele também sofreu Natalie.

Natalie – Eu sei Pri, mas isso não apaga tudo que eu sofri... – Falei

Priscila – Ele não tem culpa Nat, como ele mesmo falou, ele poderia ter feito mais, mas ele não imaginava que sua mãe havia morrido.

Natalie – Mas ele podia fazer mais Pri, ele poderia ter feito mais. – Já não aguentava mais segurar o choro, os soluços vinham um atrás do outro, eu estava chorando por anos, por tudo que eu não pude, por tudo que eu não sabia, pela perca da minha mãe, pelo encontro com meu "pai", Por tudo que passei esses anos nos lares temporários, no sistema, por uma vida toda. Priscila me abraçava forte, eu sabia que eu poderia me desaguar ali...

Nela.

Com ela.

Sabia que agora eu já não caminhava mais sozinha. Ali eu deixava todo o sofrimento, toda a angustia, toda a mágoa, toda a dor, toda a escuridão, tudo de ruim que já aconteceu comigo. Ali nos seus braços eu me libertava de todo medo, de toda aversão, de todo pavor, de toda angustia. Eu sentia a necessidade de culpar alguém por tudo que passei. Eu sempre culpei Michel por isso, desde que minha mãe morreu, ele era quem eu culpava. Era conveniente culpa-lo, ele nunca estava ali, eu nunca havia o visto. Agora aqui me desmanchando nos braços da pessoa que mudo minha vida. Eu me arrependo, sinto remorso, culpa por que esse tempo todo ele também sofreu. Eu o culpei a vida toda, por que era conveniente pra mim. Só pra mim.

Priscila como se soubesse tudo o que passava em minha cabeça, disse.

Priscila – Você não sabia da historia toda... – Ela falava como um sussurro... Mesmo eu não falando nada, porque eu não conseguia falar nada, eu só conseguia chorar e chorar e me sentir assim, dessa forma estranha, como se tivesse faltando uma parte de mim... – Eu to com você, vai ficar tudo bem... – Ouvindo isso, desabei ainda mais, nem imaginava que seria possível. Mas me senti grata, grata por ter ela ao meu lado, grata por ter descoberto tudo, grata por ter uma segunda chance, grata pela vida.

Singular #Natiese (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora