Capítulo VI
Jéssica explicou a Lola tudo que havia lido sobre os seres místicos, é claro que não acreditava na existência de muitos deles, mas nos anjos e demônios Jéssica acreditava. Ela sentia a presença de energias anormais ao seu redor, por esse motivo sempre sabia se devia ou não confiar em determinadas pessoas.
Desde criança Jéssica sabia que era diferente, apenas não sabia por quais motivos era.
─ E como é seu anjo? – perguntou Jéssica. – Consegue ver ele ou apenas sentir sua presença?
─ Eu sinto! Quando eu era criança éramos muito próximos e eu até sabia em que parte da casa ele exatamente estava.
─ Jéssica, você acredita mesmo nisso? – ainda admirada perguntou Lola. – Justo você que está quase sempre certa sobre as coisas?
─ Eu vejo coisas que não consigo explicar, pelo menos ela consegue dizer que é seu anjo. – respondeu Jéssica.
Nem ela sabia dizer de onde vinha a sua habilidade de conhecer profundamente as pessoas, nem mesmo sua capacidade para compreender os antigos escritos.
Elas podiam ficar na sala e conversar por várias horas sobre esse assunto, mas ambas estavam cansadas e precisavam dormir. Valentina e Lola foram para o mesmo quarto, mas Jéssica decidiu dormir sozinha naquela noite, pois tinha muita coisa para esclarecer.
Trocou de roupas e procurou na sua lista telefônica o contato de alguém que poderia ajudá-la. Fazia meses que haviam se conhecido. O rapaz trabalhava numa biblioteca antiga e lá estavam guardados vários livros que não podiam de forma alguma serem exibidos nas prateleiras. Todos eles estavam numa sala trancada por muitos anos e só o rapaz podia ter acesso a eles.
─ Oi! – disse assim que ele atendeu sua ligação. – Preciso ver você amanhã no final do dia.
─ O que eu ganho em troca? – perguntou.
─ Resolvemos isso depois de receber o que eu quero, pode ser?
Era sempre assim, para qualquer livro proibido que ela precisasse ler Cristian ganhava algo em troca, geralmente era a mesma coisa, pois ele estava apaixonado por ela e essa era a única forma de ter Jéssica ao seu lado.
Para Jéssica não passava de diversão, mas ele ficava cada vez nais atraído a ela.
─ Até amanhã então.
A madrugada parecia não querer acabar e suas dúvidas não a deixavam dormir. Se Valentina tinha um anjo como amigo e podia comunicar-se com ele mesmo sem usar palavras ela procuraria se comunicar com ele usando seus conhecimentos. Para ela, talvez esse anjo fosse uma forma de tirar Samuel da vida de Valentina.
Ser amiga para ela significava ajudar de todas as maneiras, mas na maioria das vezes sem interferir demais nos problemas delas. Mas isso não a satisfazia, pois saber que elas corriam perigo e deixar o destino resolver não era suficiente para ela, de maneira que se ela podia fazer alguma coisa para evitar o pior ela faria.
─ Onde você está quando mais preciso de você sono. – resmungou tentando dormir. – Eu tenho de arranjar maneiras de me comunicar com esse anjo.
Mesmo sem ela saber, toda a sua curiosidade tinha um propósito. Alguém queria que ela encontrasse algo para si com a intenção de estar unido a ela para sempre, por bem ou por mal.
O dia amanhecera calmo e fresco, havia nuvens cobrindo o céu, algo digno de admiração vindo de um lugar tão quente. Como sempre, Valentina acordou cedo para cuidar de suas plantas. As regava e podava deixando-as mais lindas do que já eram e seu anjo apreciava mais o carinho que ela tinha com a natureza.
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Guardiões - O Anjo De Valentina [Livro I ].
RomanceMuitos acreditam que cada ser humano tem seu anjo da guarda. Que está sempre ao seu lado para guiar e proteger de todos os perigos. Os anjos existem há milénios e cada um deles foi feito por um certo propósito, assim como nós humanos. Assim como...