Capítulo XXVII [Capítulo Especial]

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Capítulo XXVII [Capítulo Especial]

Duas horas depois, Lucas se aprontou para por em prática tudo que Azazyel havia dito. Ele se banhou, escolheu uma roupa mais confortável por conta da chuva forte que estava a cair e se perfumou. Azazyel se foi e o deixou sozinho, com os seus nervos a flor da pele.

─ Eu lutarei por você, Valentina! – falou se olhando no espelho do seu quarto.

Lucas estava nervoso, mas não estava disposto a desistir dela.

Quando tomou coragem, ele levou a carteira com os seus documentos, as chaves e o aparelho celular que só tinha dois números. Verificou as horas, espreitou da janela do quarto e concluiu que naquele Sábado, sua pequena estava deitada sem fazer nada. As condições climáticas não estavam agradáveis, pois os trovões ficavam cada vez mais fortes. Para Valentina era tudo um pesadelo.

Assim que saiu de casa, ele ligou o carro e dirigiu em direção à casa de Valentina. Alguns vendedores ambulantes ainda estavam na rua, presos pela tempestade, e Lucas viu uma senhora tentando proteger suas flores.

Dentre as flores, estavam as hortênsias. Lucas parou o carro e olhou para elas, até nas flores via o rosto de Valentina, mas não era por acaso. Desde criança, sua pequena Tina amava cuidar de plantas, por isso em sua casa havia imensas delas. Mas aquelas flores para Valentina tinham um valor sentimental muito alto.

A hortênsia era sua flor favorita, além dela apenas seu pai sabia. Lucas desceu do carro, sem nenhum guarda-chuva, ele correu até a senhora e comprou um buquê. Pagou e voltou a correr de volta ao carro.

Entretanto, Valentina estava sentada na sala distraída com alguma série que passava na televisão, estava cobrindo um lençol deitada no sofá. Já estava cansada de ficar deitada no quarto. A série era de comédia para que ela se distraísse e pensasse menos nos relâmpagos e trovões.

Porém um barulho a fez levantar de imediato, parecia ter alguém a bater a porta de sua casa. Assustada, ela não quis abrir. Não imaginava quem poderia ser no meio daquela chuva, suas amigas estavam nas suas casas e naquele dia, Samuel não havia dado nenhum sinal de vida.

Ela ignorou e continuou concentrada na tela do televisor. A pessoa voltou a bater a porta, mas ela continuou sem fazer nada, estava com medo, pois ninguém havia marcado nada.

Tapou os ouvidos e fingiu não escutar nada. Passaram-se alguns minutos e a pessoa que estava na sua casa, bateu novamente a porta e no mesmo instante o clarão do relâmpago invadiu a sala e ela se assustou. Correu até a janela e espreitou para ver quem era a sua visita.

Ninguém estava na porta. Ela olhou ao redor e não viu nenhum ser humano por perto.

Do lado de fora, o frio e a tempestade estavam cada vez mais fortes, aquela chuva não era normal na cidade. Além da outra tempestade, fazia vários anos que não chovia daquela forma.

Um som muito agressivo invadiu seus ouvidos, ela se assustou novamente e pensou em Lucas, seu guardião e na forma que se sentia segura antes de afastá-lo.

─ Por favor, Lucas eu preciso de ti...

Sussurrou tentando achar conforto.

Ela escutou um vaso quebrar e pulou assustada, mais uma vez. Espreitou o lado de fora a partir da janela, dessa vez ela viu uma silhueta. Pensou que seria Samuel procurando se desculpar, abriu a porta e saiu correndo em sua direção segurando o seu guarda-chuva.

Seu semblante mudou ao ver Lucas, completamente molhado segurando um buquê com flores lindas. Seu coração quase quebrou, ao vê-lo naquele estado. Ele estava parado debaixo de uma mangueira, a mesma que, por vezes servia de sombra nos dias de intenso calor. Valentina caminhou com dificuldades até Lucas. Ela tentava permanecer firme ao chão, pois o vento era forte que puxava o seu guarda-chuva.

Guardiões - O Anjo De Valentina [Livro I ].  Onde histórias criam vida. Descubra agora