Guardiões - O Anjo De Valentina [Livro I ].

Capítulo XXV

Capítulo XXV

─ Você nos deixou preocupadas. – falou Valentina dando abraço a amiga. – Tem certeza de que está melhor agora?

─ Tenho sim, não se preocupem. – elas se afastaram e Jéssica abraçou Lola. – Vocês são as melhores amigas do mundo.

Lola havia convidado um dos parceiros dela, desde a traição que sofreu, não tinha mais coragem de se apegar a ninguém. Jéssica o saudou e encarou Samuel com frieza e raiva, talvez. Ele a olhou exibindo um sorriso falso estava nervoso, pois esperava roubar o grimório para sua amada Kesabel, mas Azazyel havia alertado Jéssica antes.

Ele estava lá, com eles, mas não era visto, nem mesmo pela Jéssica. Afinal de contas, cuidar dela não estava a ser entediante como pensou muito pelo contrário, ele já estava a adorar.

Jéssica era uma mulher segura, destemida e firme em suas palavras, de certo modo, isso estava a atrair Azazyel por mais que ele não admitisse.

Alguém bateu a porta, Valentina abriu e viu Lucas, com aquele sorriso doce no rosto. O céu estava coberto por nuvens escuras, a lua havia perdido o seu brilho, e o vento esvoaçava por cada canto da cidade espalhando alegria, aos que não sentiam mais falta do calor quase infernal. Mas no instante em que os olhares daqueles dois se cruzaram, faíscas nasceram, e deram origem a uma chama incontrolável. Lambenças dos seus beijos invadiram suas mentes. Tudo ao seu redor se dissipou e ficaram somente eles, o amor e a vontade de se entregarem novamente àqueles deliciosos lábios que ambos possuíam.

A energia que eles sentiam era inimaginável, quase impossível de decifrar. Seus batimentos cardíacos aceleravam a cada segundo. Era o amor gritando dentro de suas almas, implorando para ser libertado, desejando ascender do abismo em que estava enterrado. Para que finalmente fosse concretizado, tudo que duas pessoas apaixonadas e destinadas a se amar mereciam.

Suas mãos se tocaram e seus olhos iniciaram um delicado beijo, sem mesmo tocarem os lábios um do outro. Uma faísca nasceu, e dela surgiram mais duas, de repente eram faíscas infinitas dando poder ilimitado a uma chama de amor, que nem mesmo um mar seria capaz de apagar.

Uma energia imensurável invadiu tudo neles, a alma, a mente e o corpo. Aproximaram-se e os dois quase encostaram seus lábios quando Samuel puxou Valentina pelo braço e os encarou com fúria.

─ O que significa isso? – esbravejou Samuel. – E você seu idiota, – falou apontando o dedo para Lucas que estava parado na porta – o que quer com a minha mulher?

─ Por favor, meu amor, me desculpe, foi sem querer. – respondeu Valentina de imediato.

Jéssica sorriu e agradeceu mentalmente por tudo estar a acontecer da forma que desejava. Ela se aproximou de Lucas e o puxou pelo braço o afastando de Samuel.

─ Senhores, por favor, não se esqueçam de que o objetivo do jantar é de nos tornar mais próximos e amigos. – suas palavras pesavam tanto com sarcasmo que Samuel percebeu no instante. – Sente-se primo, minha casa é sua casa. – sorriu e sentou-se ao seu lado no sofá.

Todos fizeram o mesmo. Lola iniciou uma conversa com a intenção de acabar com o clima pesado que estava na sala. Com o passar dos minutos, horas, as conversas foram surgindo naturalmente e todos fingiram que tudo estava bem entre eles.

Mas na verdade, nada estava bem.

Mesmo com a presença dos amigos, Valentina não hesitava em olhar para sua nova paixão. Embora não quisesse admitir, ela estava se apaixonando por Lucas. Isso a fazia questionar se em algum momento, ela realmente amou Samuel. Se tudo que sentiu, pensou ou desejou não passou de uma ilusão.