Guardiões - O Anjo De Valentina [Livro I ].

Capítulo IX

Capítulo IX

Escutar a música fez Lucas pensar nessa hipótese, mas isso seria ir contra tudo que tanto lutou. Valentina apenas cantava, gostava da música porque fazia ela se lembrar do seu guardião, contudo Lucas ficou confuso em relação ao passo a seguir.

Ainda que não conhecesse o sentimento paixão, ele não se imaginava como o anjo da música, sua relação com Valentina era diferente, portanto para garantir que mais ninguém se aproveitaria da sua humildade seria capaz de tudo, talvez até de se tornar humano.

Ela terminou de cantar toda a música, se sentou no sofá, reduziu o volume e tentou iniciar uma conversa com seu anjo, esperava ter algumas respostas por parte dele o e desafio seria ele responder e ela ouvir sua voz novamente.

─ Anjo, você consegue me ouvir? – olhou para todos os lados e sorriu. – Eu se que sim.

Lucas também sorriu, sentiu tudo ficar mais leve e mais perfeito, lembrou-se dos melhores momentos que teve ao lado de Valentina e sentiu uma grande vantagem. Para ganhar de Samuel ele teria que ser mais esperto seguindo tudo que lhe foi destinado. Precisava confiar na sua missão e cumpri-la a risca.

─ Eu sei que não devia, mas eu gostaria de saber o seu nome. – Lucas queria muito dar a resposta e dizer o seu nome, mas não podia. Além de assustar a própria Valentina, não estava nos planos de seu emissor que dissesse, não naquele momento.

─ Se você quiser, eu mesma o darei um nome. – Ela se levantou do sofá e sorriu, parecia ter voltado a sua infância quando os dois brincavam pela casa. – Eu tive uma ideia, posso dizer um nome e você diz se gostou ou não. Se a resposta for sim faça o vento soprar e se for não, não faça nada. Como quando era criança, lembra?

Seu sorriso era encantador e Lucas não conseguiu resistir, se isso a fazia feliz então aceitaria. E naquele mesmo instante fez o vento soprar da janela e as cortinas flutuarem, era sua resposta sobre a brincadeira. Os dois estavam felizes por estarem a recuperar o tempo em que ficaram distantes. E á partir daquele dia ela poderia chamar seu anjo pelo nome, era inacreditável.

─ Direi nomes que pareçam de anjos. Vou começar. – voltou a sentar-se no sofá e começou. – Manuel? Castiel? – Sua resposta foi um silêncio e ela continuou. – Samuel? – Isso soou ofensivo para ele, mas não reagiu a nada. – Eu sei que não é Miguel nem Gabriel, talvez nem Rafael, me ajuda, por favor. – Apesar de estar longe de descobrir o nome, ela continuou mencionando nomes que terminassem com "El", mas Lucas não reagiu. Já estava a perder esperanças quando decidiu mudar de estratégia, desejava que funcionasse por isso continuou a tentar.

─ Dessa vez direi nomes que eu gosto, se um deles for o seu, por favor, me diga. – Lucas respondeu positivamente e ela começou. – Lucas? – O vento soprou por toda a sala, e devagar Valentina sentiu algo pacífico e tranquilo se aproximar, era uma força muito positiva fazendo ela se arrepiar. Lucas estava se aproximando dela para surpreendê-la com um presente de agradecimento. Lucas era o seu nome favorito e mesmo que ela não conseguisse se lembrar, foi a mesma que o batizou assim na infância, sem saber que na verdade aquele já era o seu verdadeiro nome.

Valentina sentiu as suas mãos serem tocadas deixando-as pouco geladas, a sensação deixou-lhe em paz consigo mesma e seus pés começaram a subir. Não sentia peso em seu corpo e sentiu tudo ficar mais baixo, ela flutuava levemente como se fosse uma pena. Por mais bonito que aquilo fosse sentiu medo do que acontecia naquela sala, não conseguia ver o rosto de ninguém, mas tinha a certeza de que Lucas estava dando esse privilégio a ela.

─ Lucas? – chamou assustada. – Não me deixe cair!

─ Se acalma! – foi tudo que consegui escutar. Seu guardião estava fazendo-a sentir a sensação de como era poder voar, e ela segurou firme nas mãos invisíveis dele e tomou coragem. – Te levarei a um lugar lindo. – escutou sua voz serena e se acalmou.