Capítulo VIII
Uma noite de sono às vezes é o melhor remédio para certas dores, mas em alguns momentos isso não é suficiente, Jéssica podia ter dormido até o dia seguinte, mas a sua dor de cabeça parecia não ter cura. Desde que acordou na manhã de domingo após uma longa noite não parava de reclamar e prometer não consumir álcool novamente. Era como se seus miolos fossem explodir.
Valentina tentou ajudar, mas não sabia o que poderia ser feito aquela dor era anormal, e o pior de tudo era não poder se lembrar de forma clara dos acontecimentos anteriores.
─ Preciso que me diga quem você estava a fugir antes de sair daquela discoteca. – exigiu Valentina. A reação de Jéssica deixou Samuel e ela preocupados, ela agiu como se tivesse visto um demônio.
─ Não sei do que se trata, eu perdi a memória. – diz em forma de piada. – Meu cérebro não está a funcionar corretamente.
─ Parecia ter visto um demônio. – foram necessárias essas palavras para despertá-la a realidade, lembrou-se do livro e da imagem assustadora que havia visto no bar.
Sem deixar nenhuma explicação ela se retirou e foi até o quarto que usava sempre que ficava na casa de Valentina. Procurou lembrar-se da forma exata do ser que a deixou arrepiada e seus pensamentos a conduziram ao livro misterioso com capa vermelha. Não havia autoria escrita no livro, apenas o título do mesmo.
Abriu o livro sem pressa, pois estava com medo de reler coisas que poucas pessoas acreditariam. Folheou cada página á procura do que realmente a interessava, a imagem assombrosa da mulher com cauda e chifres, seu nome soava aterrador igual seu rosto demoníaco.
─ O que você quer comigo? – sussurra na tentativa de compreender os motivos que levaram esse ser a se revelar diante dela.
Pela primeira vez em sua vida Jéssica havia dado um passo muito grande, viu fisicamente a imagem de um ser sobrenatural, não foi como antes sentindo sua presença ou escutando a sua voz, ela o viu e era assustador demais.
Abra mais o livro. – o vento soprou, as janelas se abriram e uma voz se fez presente no quarto, sabia que era péssima ideia obedecer à voz misteriosa, mas era curiosa demais para voltar atrás nisso.
Ainda hesitante abriu mais algumas páginas e encontrou uma onde ensinava um ritual de invocação, mesmo com dificuldades ela conseguia decifrar algumas palavras escritas em latim, podia não ser fluente, mas conhecia o básico para saber do que se tratava. Na página seguinte ela leu sobre evocação e percebeu uma grande diferença entre os dois.
─ Portanto os dois usam a palavra vocare que significa chamar em latim porém um aparece com o prefixo "in" e o outro aparece com o "e". – pegou no celular e procurou saber o que cada coisa podia significar por causa dessa diferença, era esperta demais para fazer uma coisa sem saber o que de fato significava. Apareceu a explicação e conseguiu diferenciar as duas palavras. – Invocar é chamar para dentro e evocar é chamar para fora. Isso significa que se eu fizer uma invocação estarei a convidar a coisa para entrar e isso seria trágico, porém evocar estaria a chamar para fora e faria a coisa se manifestar externamente.
Continuou com a leitura e encontrou um ritual que convidava um ser a se manifestar fisicamente para si, era tudo que ela queria e talvez isso ajudasse a se comunicar com o anjo de Valentina e pedisse ajuda para se livrar de Samuel. Valentina estava feliz por isso era necessário descobrir a verdade para saber se o namorado tinha ou não boas intenções.
─ Se tudo der certo anjo eu vou falar com você. – sorriu fazendo um gesto com as mãos. – E vou acabar com você Samuel, se você for o que eu penso não descansarei até mostrar sua verdadeira cara a minha amiga.
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Guardiões - O Anjo De Valentina [Livro I ].
RomanceMuitos acreditam que cada ser humano tem seu anjo da guarda. Que está sempre ao seu lado para guiar e proteger de todos os perigos. Os anjos existem há milénios e cada um deles foi feito por um certo propósito, assim como nós humanos. Assim como...