Anna

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Acordo ainda sentindo meu corpo dolorido e minha mente meio desorientada. Sento-me na cama e olho envolta notando que aquele louco não esta por perto, espero alguns minutos em busca de algum som que denuncie sua presença no lugar, porém o local se mantém silencioso. Resolvo então me levantar e buscar uma forma de sair dali.

Assim que me levanto sinto todo ambiente rodar, meu corpo parece mais pesado do que posso suportar e meus braços parecem não ter vida própria, o que não me surpreende dado o tempo que fiquei amarrada naquele galpão com eles para cima. Assim que minha visão se estabiliza dou um passo a frente procurando sair daquele cômodo, mas noto algo que me faz estagnar no mesmo lugar, olho para o meu pé e noto a grossa corrente presa nele por um cadeado.

- Desgraçado!! Eu não acredito, meu Deus! - Puxo a corrente com força buscando me soltar, grito, bato, puxo, mas tudo é em vão e caiu no chão sem forças deixando as lágrimas banharem meu rosto.

Assim que minha onda de desespero se esvai um pouco volto a olhar ao redor e noto que a corrente esta presa ao redor de uma espécie de cano que contorna todo o ambiente, levanto-me e passo a puxá-la pela extensão daquele cano, observando que este percorre todo o corredor e segue até uma sala e cozinha, percebo então que mesmo presa posso percorrer toda a casa, o que me deixa com esperanças em encontrar algo que me ajude a quebrar aquelas correntes.

Vou o mais rápido que posso então, arrastando o peso e fazendo muita força com meus braços dormentes até a cozinha, direto as gavetas onde certamente encontrarei facas e garfos com pontas que possam me ajudar se não a me soltar, a me defender daquele louco. Abro a primeira e esta vazia, o mesmo com a segunda, terceira e demais gavetas, vou de porta em porta do armário e noto que estão trancadas, olho envolta já voltando a ficar desesperada, vou de móvel em móvel abrindo gavetas e portas e não encontro nada que no mínimo possa se tornar uma arma. Nada!

Sento-me no sofá e olho o vazio, sem saber o que fazer, assim que me recosto e ergo meus olhos para o teto em uma prece silenciosa a Deus, noto a câmera no canto da sala, outra na cozinha e uma acima da porta, ele podia não estar ali, mas estava me vendo e provavelmente se divertindo ao assistir minha derrota.

- Seu psicopata sádico! Me tira daqui... - As lágrimas banham meu rosto e me encolho no sofá sentindo-me fraca e impotente - O que você quer de mim? Me solta por favor senhor Marc, eu te imploro... - Fico repetindo aquele pedido em uma suplica agoniada, até que sou tomada pelo sono e o deixo vencer.

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"Lembro-me da primeira vez que o vi, era meu primeiro dia de aula na faculdade, eu estava ansiosa, entrei na sala e sentei-me bem no centro, Sabrina adorava sentar ali e dizia ser onde teríamos a melhor visão da aula, mas logo entendi que ela queria na verdade a melhor visão possível do professor. Todas as garotas falavam dele, como era um coroa lindo e charmoso, de sua educação e cavalheirismo que as fazia suspirar pelos corredores da Universidade, achei aquilo um exagero, mas vendo a cara de minha amiga olhando atentamente para ele e quase babando, percebi que aquilo devia ser muito comum entre as garotas ali e revirei os olhos sorrindo.

Ele escreve seu nome no quadro e olha para frente para dar inicio as apresentações de sua matéria, todo aquele clichê de primeiro dia de aula, até que seu olhar para no meu e ele o sustenta, no inicio fico desconcertada, até que Sabrina fala - Ele gostou de você sua sortuda, vai tirar só nota boa com ele - E ainda completa me cutucando - Da um sorrisinho para ele Anna, não deixe o pobre homem babando a toa por você. Sorrio de seu jeito sem noção e sorrio olhando para o professor, não conseguindo mais sustentar seu olhar e abaixando o meu.

- Bem pessoal, vamos lá, meu nome é Marc Peters, senhor Marc, ou senhor Peters para vocês e estarei com vocês inicialmente neste primeiro ano de curso, nos demais ainda veremos..."