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Um de meus passatempos preferidos, assim como o de Ayla era cuidar do enorme jardim que montei há dois anos em um espaço do terreno que cercava a casa na fazenda. O lugar ficava na parte de trás da casa, o que me mantinha longe dos olhares de qualquer um que pudesse aparecer por ali, por mais que eu duvidasse que aquilo fosse acontecer em algum momento. A área era extensa e cercada, não permitindo que fossemos para a área da frente da casa, com saída por uma porta lateral, onde localizava-se a lavanderia.

Eu plantava algumas mudas, adubava as já plantadas e cuidava para que minhas flores crescessem saudáveis e criassem um belo jardim, assim levando beleza e vida aquele lugar, enquanto Ayla se sujava de terra fazendo Deus sabe qual brincadeira e Panqueca corria de um lado para o outro sempre destruindo a brincadeira de minha filha, que fingia ficar brava com o cachorro, batendo seus pés e com as mãos na cintura, mas sempre caia na gargalhada com a situação e o fazia ver aquilo como uma brincadeira, mal sabia ela que daquele jeito jamais conseguiria educa-lo.

Nossos dias eram assim, eu cuidava da casa na parte da manhã, arrumava nosso almoço e depois passávamos toda parte da tarde do lado de fora, até que a hora de preparar o jantar chegasse, a não ser em dias de chuva, frio, ou quando Marc resolvia ficar em casa, pois ele planejava diversas atividades querendo passar um tempo de qualidade em família, o que por mim dispensaria, mas sabia que era importante para trazer normalidade a vida de nossa filha.

Naquele dia não foi diferente, passamos um dia incrível, uma aproveitando a companhia da outra até a hora que Marc chegou em casa e roubou a cena para si. Ele adorava monopolizar a atenção de Ayla, salvo apenas quando trazia trabalho para casa, enquanto eu preparava a mesa e arrumava tudo. Ele não a educava, fazia todas as vontades da filha e depois me culpava por qualquer malcriação ou chateação que passasse, jamais elevava a voz diante dela, ele era o pai do ano, para depois descontar qualquer frustação em mim, o que eu agradecia todos os dias. 

Não me importava com o quão grosso ou violento ele fosse comigo, desde que minha filha ficasse isenta de qualquer punição.

Após tudo arrumado, Marc vai se preparar para deitar e eu vou com minha pequena até seu quarto, a colocando para dormir, porém Ayla esta eufórica pulando na cama e querendo brincar, sem conversa para a hora de dormir. Depois de muita conversa e ler quase um de seus livros preferidos inteiro, enfim ela boceja e se arruma no travesseiro quase caindo no sono. A cubro e beijo sua linda cabeleira avermelhada.

- Durma bem meu anjinho e sempre seja uma boa menina, promete de dedinho? - Minha filha confirma com um lindo sorriso no rosto e une seu dedo ao meu, com os olhos quase fechando.

- Te amo mamãe!

- Também te amo, minha filha.

Lhe dou um abraço bem apertado e saiu do quarto, trancando a porta atrás de mim. Caminho até o quarto que divido com Marc e assim que entro ele já me espera deitado na cama.

- Você demorou.

- Ela demorou a dormir, tive que contar uma história até que o sono viesse.

- Você a mima demais.

- Ela só vai fazer três anos, é normal querer fazer as coisas no tempo dela, só temos que ter paciência.

- Quanto antes ela aprender que não é ela que manda aqui, melhor será. Talvez eu deva começar a colocá-la na cama.

- Não precisa, Marc, serei mais rigorosa com ela na hora de dormir, se é isso que quer, mesmo achando que não irá adiantar de nada, afinal ela é muito pequena ainda.

AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora