Capítulo 8

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Maria havia escolhido um carro branco. Importado e zero quilômetro, que era um carro que há 15 anos atrás, Maria nunca poderia comprar com seu próprio dinheiro. Mas que graças a sua força e dedicação junto a decisão de crescer profissionalmente para não depender mais de um homem como antes, nem mesmo o que a ajudou sem pedir algo em troca, agora ela podia contar com o fruto de seu trabalho que lhe dava regalias como comprar o melhor carro de sua escolha como tinha feito.

E assim o dirigindo, ela seguiu para a firma de advogados que logo faria parte e tudo sendo seguida pelo motorista de Estevão.

E nas empresas San Román.

Estevão com Demétrio a frente dele, lia os documentos que tinha de parte da vida de Maria durante aqueles anos sem ele saber dela. Era uma folha grampeada, atrás da outra que ele virava enquanto lia atentamente o conteúdo delas.

E Demétrio calado apenas observava Estevão. Até que ele o ouviu dizer.

- Estevão : Saia, Demétrio. Quero seguir lendo sozinho.

Demétrio se levantou. Se conhecia Estevão sabia que ele estava abalado com o que lia, mesmo não querendo mostrar sua fraqueza diante dele. E então ele disse.

- Demétrio: Sabe que não tem em mim só um advogado, Estevão. Tem também um amigo!

Estevão nada respondeu e esperou que Demétrio saísse. E então ele se levantou desapertando a gravata. Parecia que o ar era pouco naquela sala como no dia que Maria o deixou nela e ele sofreu um ataque do coração.

E então ele foi até a janela. O que acabava de ler sobre Maria era muito revelador e também esclarecedor. Que agora ele entendia muitas coisas, inclusive o fato de vê-la tão confiante na frente dele em sua primeira aparição depois de todos aqueles anos. O que dava em Estevão, misturas de sentimentos. Nas folhas que leu, ele sabia que agora ela era uma advogada e sócia de um escritório de advocacia que ele já tinha escutado falar e que ficava em Londres, aonde ele descobriu que era o país que ela havia estado, e que o nome da firma de advogados o fazia lembrar de um dos associados dela que havia sido um advogado dele nas empresas San Román e mais que isso, também um amigo. Mas havia algo que Estevão não havia encontrado entre as folhas, que era o amante que Maria o havia traído e tramado o desfalque na empresa. Ele não estava nas letras que leu, mas Luciano sim e em cada linha. Seu amigo e advogado do passado o havia traído e agora ele tinha mais do que certeza. Sentindo seu peito doer com a certeza que Maria o traiu no passado também com seu ex advogado, Estevão esfregou a mão nos cabelos. Maria havia de fato tido mais que um amante, mas que como ele havia descoberto, ela tinha escolhido viver com Luciano todos aqueles anos que constavam nos documentos, ainda que percebeu que alguns deles ela havia morado sozinha com a filha, porque nas tantas folhas que havia lido, constava também a existência da menina. Demétrio havia feito um ótimo trabalho, que tinha até o registro da data que Maria havia dado a luz da menina que agora ele sabia o nome, que exatamente há 15 anos atrás Estrela nascia como filha de mãe solteira. O que perturbou mais Estevão. Ele pensava sim que poderia ser o pai da adolescente, ainda que estava mais que certo para ele que Maria teve mais que um amante ainda casado com ele. Porque ele tinha certeza que só um amante faria o que Luciano havia feito por ela.

Estevão voltou pra mesa que em pé ele pegou as folhas grampeadas uma na outra e, fixou os olhos no nome completo de Maria que ainda era de solteira e se perguntou, do porquê ela não havia se casado e refeito a vida com Luciano. Ele tinha um porquê não havia se casado com Patrícia e nem com ninguém, pois tinha perdido a fé no amor. Mas e ela? Estevão largou a folha na mesa também, deduzindo que talvez Maria não poderia amar ninguém, pelo menos não a um homem.

Falso Amor  - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora