Capítulo 28

2.1K 103 53
                                    


Estevão ligou o carro e começou andar dando voltas com ele sem ser o caminho certo pra o apartamento de Maria.

Ele estava confuso. Querendo conversar e não podia liberar ela antes que conversassem. Que então depois de estarem tempo suficiente em silêncio ele disse, encostando o carro em uma rua cheia de árvores nas calçadas e com uma vizinhança deserta e calma.

- Estevão: Evandro te assediava! Por que não me disse quando ainda éramos casados? Eu teria feito algo! Ele morreu ainda sendo chamado de meu amigo e ainda sócios, Maria!

Ele falou bravo já que todo o tempo até parar ali, tinha esses pensamentos na cabeça. Maria bufou quando o ouviu. O que ela não queria era seguir com aquele assunto chamado Evandro. Ele tinha morrido e com a morte dele, a esperança de conseguir por ele o caminho certo pra verdade. Que assim, ela disse de voz irritada o olhando.

- Maria: Como disse, ele morreu e agora de nada vale ficarmos remoendo isso, Estevão. Ele morreu!

Estevão suspirou inconformado, Maria também suspirou exausta daquela situação e o ouviu dizer.

- Estevão: Será que me escondeu mais coisas como essa? Achei que quando éramos casados não me escondia nada! Mas o que estou falando? Me escondeu seus amantes, seu falso amor, tudo, Maria!

Maria respirou fundo, diferente dele que parecia uma pilha de nervos pelo que tinha acontecido, ela estava conformada com aquela sua "derrota" que por isso não sentiu nada com as palavras dele, nem a necessidade de se defender que então, ela o respondeu.

- Maria: Estou com tanta raiva de Evandro que nem te ouvir falar assim me incomoda, Estevão. Aquele maldito não deveria morrer justo hoje!

Estevão mentalmente concordou com ela. A morte dele só o tinha deixado confuso e sem resposta do que tinha ido buscar por duas vezes, mas que mesmo assim a morte dele repentina não o surpreendia em nada. Que por isso, ele a respondeu.

- Estevão: Ele estava morrendo, isso a qualquer momento poderia acontecer.

Maria soltou o cinto impaciente, já que via que ele não pretendia sair dali com parte dela aprovando que eles haviam parado para assim, ela não correr o risco de chegar como estava em casa que era em seu limite e ter Estrela notando seu estado e o respondeu.

- Maria: Espero que ele esteja queimando no inferno. Assim terei ao menos um consolo.

Estevão riu ao ouvi-la. Com o passar dos anos ele tinha perdido a fé em muita coisa, inclusive no reino espiritual que por isso acreditava que o inferno era a terra e o que o ser humano podia viver de ruim nela. Que então ele disse.

- Estevão: Para mim o inferno não existe. Ele já é o que hoje vivemos. Por exemplo, estou vivendo em um inferno há 15 anos que você me deixou, Maria. Um inferno que me consome a cada dia por dentro.

Maria quando o ouviu sentiu seu sangue ferver, já estava revoltada com mais uma vez se ver na estaca zero em um caminho que não sabia que direção tomar pra provar sua inocência e ainda tinha que ouvir Estevão voltar destacar seu sofrimento que parecia ser o único ali, que por isso exaltada, ela o respondeu.

- Maria: E pensa que eu vivo em um mar de rosas, em um paraíso depois do que houve com nossas vidas há 15 anos? Sempre fala como que só você foi o prejudicado aqui, Estevão! Mas foi eu que perdi tudo, até minha vontade de viver até que nossa filha nascesse! Então também estou nesse inferno, de volta nele, porque tive que regressar para recuperar meu filho! O filho que você covardemente me arrancou!

Estevão bufou, ficou vermelho e a respondeu, com aquela disputa de quem havia sofrido mais.

- Estevão: Se suas histórias forem reais, o que vai fazer pra provar, hum? Não tem como provar nada! Era você nua naquelas fotos, era seu nome e seus dados naquela conta com o dinheiro da minha empresa! Você pode sair desse inferno se quiser, Maria. Eu que não posso!

Falso Amor  - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora