Cap. 3

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Oi gente, antes de tudo queria avisar que a Paulinha vai aparecer mais pra frente. Esses primeiros capítulos são mais pra encher linguiça, por isso não tem muita coisa importante, mas é bom pra vocês conhecerem um pouco do cotidiano da Hari.

Essa estória vai ser um pouco (talvez muito) dramática, então tudo tem que ser minuciosamente colocado, pra não ficar confuso ou fora de contexto, eh isto.

Narrador.

Hariany despertou subitamente quando ouviu o som de algo quebrando, sentou-se na cama e esfregou o rosto com as duas mãos. Pega o celular para ver as horas e revira os olhos quando vê que já passa das 4:00 da manhã, levantou tendo certeza de que a amiga já estava fazendo uma zorra em sua sala.

Escutou a risada escandalosa de Bárbara e negou com a cabeça, ela tem esse costume de rir de literalmente tudo quando está bêbada. Hari foi até o guarda-roupas e pegou uma toalha limpa, a colocando sobre um dos ombros, antes de sair do quarto e ir de encontro à morena. Chegou na sala e deu de cara com Bárbara sentada no chão, bem na sua frente estavam os cacos de um vasinho chinês que Hariany tinha comprado outro dia. A loira colocou as mãos na cintura em um sinal claro de desaprovação.

-Cara, isso já estava aqui quando eu cheguei. Eu tava tentando limpar pra você. -Bárbara fala embolado, quando vê a loira, e solta uma risadinha.

-Eu paguei 50 reais nessa merda, vei! -Hari reclama, se abaixando para tentar levantar a bêbada do chão, e consegue, depois de muito esforço. -Era a única coisa que decorava minha sala.

Depois de uma conversa convincente, vomitar pelo menos três vezes, sendo duas delas fora do vaso sanitário, e chorar no canto do banheiro por ter quebrado o vasinho de Hariany, Bárbara finalmente tira a roupa e entra sob a água gelada que saía com pressão do chuveiro.

Hari pegou a escova de dentes, em um pequeno compartimento acima da pia, que Bárbara deixou em sua casa para situações como essa, e a ajudou a escovar os dentes, ainda enrolada na toalha e depois a levou para o quarto. Vestiu um pijama confortável em Bárbara e penteou seu cabelo, a morena tentava lutar contra o sono para não acabar dormindo sentada, mas foi inútil. Hariany ri quando percebe que seu corpo é a única coisa que impede a queda de Barb da cama.

Depois de deitar Bárbara, Hariany respirou fundo, sabendo que não poderá voltar a dormir agora, pois tem que arrumar a bagunça da amiga. Vestiu um blusão e não tardou a fazê-lo, terminou tudo num instante. Teve de lavar o banheiro, pois além do chão estar coberto com o suco gástrico, o odor do vômito ficara impregnado, mas conseguiu dar um jeito. Apanhou o que sobrou do seu amado vaso e também colocou a roupa de Bárbara, que fedia a bebida, para lavar.
Se jogou no sofá no fim de tudo e dormiu sem nem perceber.

-Depois reclama de dor nas costas. -Bárbara fala, entrando na cozinha depois de ver Hariany dormindo toda torta, algumas horas já tinham se passado desde que chegara. A loira nem se mexe.

A morena, sabendo exatamente onde fica tudo na casa, foi até o armário ao lado da geladeira e pegou a farinha de trigo. Pegou mais alguns ingredientes e se pôs a fazer o café/almoço para as duas. Depois de finalizar a massa e rechear tudo, colocou as panquecas no forno e foi até o sofá, praticamente se jogando sobre Hariany, que acorda assustada.

-Cê quer me matar, vei?! . -Hari pergunta, empurrando Bárbara para o lado. A loira faz uma careta engraçada ao sentir o incômodo nas costas. -Eu acho que fui atropelada.

-Ah, sim. Com certeza, por esse avião que aqui vos fala. -Bárbara responde, convencida. -Obrigada por cuidar de mim...de novo.

-Eu queria entender como uma pessoa chega ao estado em que você chegou, e acorda como se não tivesse acontecido nada. Por que você não tem ressaca?! -Hari pergunta, se ajeitando no sofá.

-Porque Deus me deu esse dom, minha querida. -Bárbara fala, dando de ombros. -Queria até agradecer, obrigada meu Deus.

-Você é idiota. -Hariany fala, levantando e dando um tapa na testa da amiga.

-Você está é com inveja, porque bebe uma dose e acorda quase morrendo. -A morena rebate, se levantando e abraçando a goiânia por trás.

-É por isso que não bebo mais. -Ela responde, indo até a pia da cozinha com Bárbara agarrada em sua cintura. -E ai? Como foi a festa?

-Legal. -Responde, simplesmente.

-Só isso? -Hari pergunta, se virando para a amiga.

-É, igual a todas as outras. -Bárbara dá de ombros.

-Eis mais um motivo para eu não perder meu tempo com festas. -Hari fala.

-Que nada, você que é careta.

As duas continuam implicando uma com a outra até que as panquecas ficam prontas. Depois de comer, Bárbara resolve passar o dia com Hariany, a ajudando na faxina do apartamento e, apesar do ciúme da loira com suas armas, ela aceita a ajuda de Bárbara para limpar as mesmas.

Quando anoitece, Hari pede um uber para a amiga, que recusou a carona de moto, e logo deixa seu apartamento. A loira queria aproveitar o fim de semana para descansar o máximo que pudesse, já que as últimas semanas tinham sido exaustivas para ela, principalmente com a movimentação constante nas bocas de fumo depois do entardecer.

Ela e Bárbara praticamente tiveram as rondas dobradas no último mês. Inclusive esse é o último caso de sua lista, pelo menos por enquanto. Estão investigando um policial miliciano que está vazando informações sobre a missão diretamente para os traficantes. Esse caso está aberto há meses, e agora que descobriram a traição de um dos seus, tudo fica ainda mais delicado, mas algo lhe diz que dará tudo certo, afinal ela sabe ser boa no que faz.

Então mais uma vez foi (tentar) dormir cedo, mas naquela noite em particular, sentiu que algo lhe faltava. Fechou os olhos e sentiu um aperto no coração, ou pior, um vazio, daqueles que a gente não faz ideia de como preencher.

Tentou ignorar o sentimento frustrante e ir dormir, mas foi inútil, passou horas bolando de um lado a outro na cama. Aparentemente a noite será bem longa...

Capítulo grande da peste, não ficou tão bom mas espero que não fiquem com preguiça de ler, porque até eu fiquei quando reli..

Surrender. (Pauriany) Onde histórias criam vida. Descubra agora