Cap. 10

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Olha pra falar a verdade eu nem ia mais aparecer por aqui hoje, mas daí eu vi que a fic passou de mil visualizações e isso me deixou feliz demaais. Então cá estou eu, com esse pequeno capítulo, talvez não tão bom, que nem fazia parte da estória mas eu decidi adicionar agora. Então se tiver ficado ruim voces me perdoem. Enfim, é só pra agradecer memo tô feliiiz

Narrador.

Naquele dia uma das meninas ficaria para passar a noite no hospital, combinaram que Hari seria a primeira e Bárbara ficaria na noite seguinte. Hariany tinha a opção de dormir no quarto, junto com Paula, em uma cama separada ou no pequeno sofá que ocupa o mesmo cômodo, mas a Hariany não se sentia confortável, já que mal se conheciam.

Resolveu que ficaria na sala de espera mesmo, sentada desconfortavelmente. Mesmo as cadeiras sendo acochoadas, ficar na mesma posição por tanto tempo tornava aquilo incômodo. Mas foi assim que começou a noite, sentada, virando de um lado para o outro e dando breves cochilos.

Hariany está em mais uma de suas falhas tentativa de dormir, quando sua cabeça pende para o lado, a fazendo despertar. Ela abre os olhos preguiçosamente e boceja, os braços cruzados sobre a barriga já que as cadeiras não tem apoio. Está prestes a cochilar novamente quando sente um toque leve em seu ombro. Hari desperta, dessa vez mais atenta e olha em volta, dando de cara com uma das enfermeiras. Ela tem sido bem gentil com a loira desde que Bárbara foi embora, até ofereceu metade de sua "janta", que consistia em um sanduíche de presunto e queijo e suco de laranja, quando viu que Hari não tinha comido nada desde o lanche que ela e a amiga pediram umas 15:00 da tarde. Mas a investigadora negou, não queria incomodar.

Agora, a enfermaria rechonchuda de meia idade cujo nome é Marta, está mais uma vez sentada ao seu lado. Os olhinhos brilhando e a expressão de quem diz "eu sei o que é tentar dormir nessas cadeiras" fazem Hariany sorrir para ela.

-Olha, eu sei que você comentou que não quer ficar lá no quarto da pessoa que você tá acompanhando, não sei por qual motivo, mas isso não importa. Só acho que não é justo com você, tadinha. Tô vendo você tentar dormir nessa cadeira já tem umas duas horas e ainda não conseguiu dormir nem por 20 minutos completos. -Marta fala, pegando a mão de Hary e apertando levemente entre as suas. -Acho que a pessoa não vai se importar se você dormir lá, ela nem vai notar. Você está aqui desde de manhã e precisa ao menos dormir bem.

Hariany está tão cansada e com as costas doloridas que não recusa, apenas assente com a cabeça de forma sonolenta.

-Ótimo. Eu, como enfermeira há anos, garanto que cuidar dos outros é ótimo, mas cuidar de si mesma é essencial. -Marta ressalta e afaga as costas de Hariany assim que ela levanta e pega sua inseparável mochila. -Agora vá, já está criando olheiras.

-Boa noite dona Marta. -Hari fala e solta uma risadinha ao ouvir a última frase.

-Boa noite, criança. Ah, e os cobertores ficam no armário branco. -A senhora avisa, antes que Hari suma totalmente de sua vista.

A loira caminha em passos lentos até o quarto e abre a porta com cuidado quando chega. Observa Paula por alguns segundos, que dorme de forma serena, coberta até o pescoço para aplacar a temperatura fria por conta do ar condicionado ligado. Com passos silenciosos, quase como se fosse furtar algo, Hariany entra e fecha a porta com todo cuidado atrás de si. Ela vai até o pequeno sofá e coloca a mochila sobre ele. Olha ao redor procurando o tal armário, mas dá de cara com dois ao lado da porta do banheiro, e os dois são de cores brancas. E agora?

Hariany vai em direção aos armários e fica em dúvida sobre qual escolher, então abre um aleatório. A loira se arrepende no segundo seguinte quando derruba um pequeno compartimento plástico, onde estão guardados creme dental e escova de dente de Paula. O barulho não é tão alto, mas é um objeto sólido batendo contra a cerâmica após cair de uma altura de mais ou menos um metro e meio, naquele quarto extremamente silencioso, então obviamente faria qualquer um despertar.

Hariany fecha os olhos com força, se sentido uma retardada, e paralisa na mesma posição, como se tal ato fosse impedir o barulho de ecoar pelo cômodo. Ela aguarda alguns segundos e então abre um dos olhos, espiando hesitante em direção à cama. A loira respira aliviada quando vê que Paula ainda dorme tranquilamente.

Se abaixa para pegar o pequeno pote e levanta com tudo, ouvindo o barulho alto e oco de sua cabeça batendo em uma das prateleiras de ferro daquele maldito armário, a dor aguda a faz levar a mão direto para o ponto atingido. Ouve a movimentação agitada dos lençóis na cama.

-Quem tá aí? -Hariany ouve aquela voz baixa e falha, transmitindo puro medo, e seu coração quebra um pouco com aquilo.

-Calma, sou só eu. Digo, a investigadora Hariany. Desculpa, eu não quis te acordar. -A loira pede, se sentindo realmente mal por ter acordado Paula.

Se sente ainda pior quando olha para a cama e vê a expressão assustada da mulher, mesmo com o quarto mal iluminado é possível enxergar seus olhos arregalados e o peito subindo e descendo rapidamente. Sinal claro de pavor.

-D-desculpa invadir o seu quarto, é que eu não estava conseguido dormir lá fora e pensei que talvez não faria nenhum mal se eu dormisse aqui. -Hariany se apressa em explicar, atropelando as palavras e gaguejando. Ela vê a expressão de Paula suavizar aos poucos e um breve suspiro de alívio deixar seus lábios. -Eu não quis assustar você, só ia pegar um lençol, mas a Marta falou que estava no armário branco, mas os dois são brancos e ai eu me confundi. Eu nem devia estar aqui, eu acho que...desculpe, vou sair.

Paula não consegue conter a risadinha para afobação de Hariany, que já está de costas para ela, pegando a mochila e se preparando para sair.

-Está tudo bem, os cobertores ficam na parte de cima do outro armário. -Paula fala, se recordando de quando o enfermeiro pegou um lençol mais grosso para ela. Hariany percebe que agora as palavras de Paula saem com mais facilidade do que dá primeira vez que se falaram, mais cedo. Talvez por ter descansado durante o dia. -Você pode ficar aqui, eu me sinto mais segura assim.

Hariany fica sem reação, não consegue evitar o pequeno sorriso que se forma no canto de seus lábios quando escuta a última frase de Paula. Assim que percebe, a investigadora retoma a postura e, em um ato de nervosismo desvia o olhar, passando os dedos pelo cabelo e os jogando para trás.

-Tem certeza? Eu posso voltar para lá, se preferir. -Hariany pergunta, afim de se certificar que não está invadindo o espaço de Paula.

-Eu prefiro que você fique. Por favor. -A Sperling responde. Mesmo conhecendo Hariany há poucas horas, Paula realmente se sente mais segura com ela ali no quarto. Afinal, Hariany é policial, certo? E o medo de Daniel acabar voltando a perturba a tal ponto de preferir que uma estranha durma no mesmo quarto que ela.

-Tudo bem. -Hari responde.

Ela vai até o armário certo dessa vez e pega uma coberta. Coloca a mochila no chão e retira os sapatos, que trocara quando foi para casa almoçar, e se deita no sofá da forma mais confortável que pode, se cobrindo praticamente dos pés à cabeça. Não é o mesmo que estar em uma cama, mas com certeza é bem melhor do que aquelas cadeiras.

-Pode me chamar se precisar de algo. -Hariany avisa com a voz baixa, e escuta um "uhum" anasalado em resposta, e nada mais é dito depois disso.

As duas pegam no sono rapidamente. Paula se sentindo um pouco mais segura e Hariany se sentindo um pouco mais confortável. A união do útil ao agradável.

Rolou até uma rima no finalzin. Como eu disse, toda essa cena não ia existir nessa fic, e não me perguntem por quê q eu resolvi colocar porque nem eu sei (espero não me arrepender porque senão eu surto, apago e finjo plenitude), mas espero que tenham gostado

Beijons

Surrender. (Pauriany) Onde histórias criam vida. Descubra agora