Cap. 38

360 22 22
                                    

Hello quarenteners, voltei.
Como vocês estão? Realmente espero que bem, se cuidando e EM CASA.

Desculpem a demora, como sempre 😔✊




Narrador.

Num ímpeto, Hariany se joga para dentro do elevador, rodeando seus braços em volta do corpo de Paula, a apertando contra si. A agente enterra seu rosto nos fios de cabelo já soltos da advogada, aspirando o cheiro bem conhecido e suspirando aliviada logo em seguida.

Paula, mesmo sem entender nada, apenas retribue o abraço, tomando cuidado para não encostar as luvas sujas na roupa da outra. As duas permanecem na mesma posição por mais alguns segundos até que a porta do elevador se fecha  automaticamente, as levando de volta para os andares de baixo.

Hariany se afasta alguns centímetros, apenas para encarar com olhos marejados o rosto de expressão confusa de Paula, e suspira aliviada mais uma vez, seu coração se aquecendo ao ter certeza de que a mulher está bem.

-Por Deus, você quase me matou de susto, Paula! - A agente afirma, o cenho franzido e o tom de voz urgente, se esticando um pouco para o lado apenas para apertar o botão com o número de seu andar, voltando a atenção para a outra em seguida. -Onde você estava?!

-Como assim? Por que você tá assim? -A Sperling pergunta, afim de saber o que está acontecendo afinal e por que tanto desespero.

-Como assim?! Eu cheguei em casa e você simplesmente não estava! Tem noção do quanto me assustou?! -Hariany responde com um desespero claro na voz. -Onde você estava?!

Paula não consegue ignorar o fato de Hariany simplesmente ter surtado de preocupação por não tê-la encontrado em casa. Seus olhos expressivos brilham num constante exalte de emoção, transbordando da sensação de privilégio ao sentir-se tão amada como nunca antes fora.

-Eu só fui levar o lixo lá para baixo, amor, não tinha mais onde entocar tanta sacola lá no apartamento. -Paula responde, divertida, erguendo as mãos para mostrar as luvas amarelas que as vestia. - Você realmente se preocupou tanto assim?

-Mas é claro que sim, Paula! Eu pensei nas piores coisas que poderiam ter acontecido, achei que ia ter um treco. -Hari responde, sincera, vendo a advogada rir encantada. -Eu não sei o que faria se algo de ruim te acontecesse, meu amor.

A porta do elevador se abre ao chegar no andar indicado e as duas logo saem para o mesmo, caminhando juntas lado a lado até o apartamento.

-Vai se arrumar, okay? Vamos sair. -Hariany avisa assim que fecha a porta atrás de si. Ela caminha até a mochila largada no sofá e a abre, retirando os maços de cigarro de dentro.

-Para onde vamos? -Paula pergunta, curiosa, mas seu semblante muda ao avistar os objetos na mão da agente. -Uou, pra quê tudo isso? Achei que só fumasse em ocasiões específicas de estresse e descontrole emocional.

-Tenho certeza que não falei dessa forma. -Hariany rebate, rindo.

-Não importa. Aconteceu alguma coisa? -Paula questiona se aproximando da outra e tentando encontrar seus olhos castanhos, que pareciam desviar de si a todo custo.

-Não, tá tudo bem, só quis garantir o estoque. -Hari responde com um sorrisinho de canto, com um humor forçado.

-Olha pra mim, eu vivi por anos com uma pessoa extremamente mentirosa, a ponto de ele dizer "bom dia" e eu ter que ir olhar pela janela pra ter certeza de que era dia mesmo. -Paula diz ao rodear a cintura da agente com os braços, fazendo a mesma rir com vontade, lhe fazendo rir junto. -Então, eu sei reconhecer muito bem quando alguém não está dizendo a verdade. Tem alguma coisa a ver com a conversa com seu chefe?

Surrender. (Pauriany) Onde histórias criam vida. Descubra agora