Cap. 22

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Quem é vivo sempre aparece caraaaiooo. Eae mores, me fiz de sonsa e sumi por três dias pra surtar um pouco. Queria dizer que deixei de estudar e fazer trabalho da faculdade pra fazer esse cap e tô tendo que rever as escolhas que faço na minha vida porque sinceramente viu...

Mas enfim, lembram que eu falei que talvez ces não iam gostar desse cap? Entao, resolvi adiar o sofrimento de vocês, o surto não vai ser nesse capítulo, então aproveitem, boa leitura

Hariany.

Duas semanas se passaram desde a social e muito coisa aconteceu nesses dias. Paulinha finalmente voltou a andar, mas ainda precisa da ajuda de moletas, Carol garantiu que só mais algumas sessões de fisioterapia e a Sperling poderá se livrar delas também. Bom, aquele tal jantar aconteceu, mas não foi bem um jantar, na verdade fomos passear numa praça e diferente do que Paula achou que seria, não teve uma multidão de gente a olhando com pena.

Paulinha também convidou Isabella, nós quatro criamos uma boa amizade fora do âmbito profissional e agora conversamos praticamente todo dia por mensagens ou ligação. Eu deixei de lado o ciúme desnecessário que sentia de Carol quando a conheci melhor e nós duas estamos nos dando muito bem.

Mas vocês devem estar curiosos sobre o que aconteceu no dia seguinte a social. Primeiro foi uma baita de uma surpresa quando acordei e dei de cara com a Paula tão próxima a mim, nossas mãos estavam entrelaçadas e eu precisei de alguns minutos para que alguns flashes de memória me viessem a mente. Eu, literalmente, me declarei para ela naquela noite. Não disse com todas as letras "eu gosto de você", mas acho que não foi necessário.

Decido levantar de forma sorrateira, antes de tomar qualquer decisão ou ter qualquer conversa que for com Paula, eu precisava tomar um banho e algum remédio, já que minha cabeça parecia comportar uma escola de samba. Passo um bom tempo sob a água, banho sempre me ajudou a pensar e clarear as ideias.
Se não me falha a memória, Paula não mostrou nenhuma reação negativa a minha "confissão", mas continua sendo uma incógnita. Não sei se ela sente o mesmo e parece que meu cérebro resolveu ignorar totalmente o plano de descobrir se é recíproco para só então mostrar meus sentimentos.

Mas não tinha mais para onde fugir, eu tinha duas opções ali; jogar tudo para debaixo do tapete e fingir não lembrar de nada do que eu disse para assim poder seguir com minha vida, ou confrontar Paula e saber se ela sente o mesmo para quem sabe começar algo a partir daí. Eu tive que pesar muitos fatores na balança. E se ela não gostasse de mim? E se isso estragasse nossa amizade e deixasse tudo ainda mais estranho? Eu sempre fui sozinha e isso nunca foi um problema, então por que estragar isso a essa altura do campeonato? Eram muitas questãoes.

Eu não tinha todo o tempo do mundo para pensar, afinal Paula iria acordar a qualquer momento. E apesar de tudo o que está acontecendo, da forma triste de como a conheci, do motivo dela estar na minha casa e que daqui a mais duas semanas ela estará frente a frente com o cara que tentou matá-la e quem um dia ela amou, eu acho que posso me arriscar. Eu nunca gostei de zonas de conforto, tanto que sai de casa assim que me tornei maior de idade para vir fazer faculdade em uma cidade totalmente desconhecida por mim e deu certo, mas de tanto odiar, acabei criando uma zona de conforto sem nem perceber.

Eu abomino qualquer tipo de relação e nunca cogitei manter uma além da que a que eu tenho com Bárbara e meus colegas de profissão, isso sempre me fez sentir segura e confortável, mas Paula apareceu aparentemente disposta a me fazer mudar de ideia. Talvez, no fim, isso valha a pena. Ela vai valer o risco, certo? Não custa tentar.

E foi o que eu fiz, quando Paula acordou ela mal me olhou, dava para ver que ela estava inquieta e queria me perguntar sobre as coisas que eu falei, e eu sabia que ela o faria uma hora ou outra. Então eu me abri de vez. Expus meus sentimentos de forma que jamais imaginei fazer um dia na minha vida. Ela chorou, como eu esperei que faria, e depois eu perguntei se ela sentia o mesmo. Eu estava tão nervosa que minhas mãos suavam. Mas a resposta foi um sim bem enfático.

Surrender. (Pauriany) Onde histórias criam vida. Descubra agora