Capítulo 9

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— Você realmente sabia o que estava fazendo — disse Erick para mim quase surpreso, como se realmente tivesse duvidado todo aquele tempo sobre minha capacidade de formada em educação física. Ele estava encostado na parede ao lado da porta da sala que eu estava, o que seria normal para qualquer estudante que estivesse passando casualmente e se ele não fosse um ano mais velho e de uma classe avançada.

— Mary já está quase saindo — eu disse passando por ele, mas ele me seguiu — ah! Sim! Aqui! — eu tirei o lenço que ele tinha me emprestado, eu tinha pedido a uma amiga mágica para restaura-lo limpo como estava antes. Magia era uma coisa tão conveniente! — isso é seu... E acho que agora estamos quites...

— E você acha que nós não precisamos conversar sobre o que aconteceu? — ele me perguntou andando a meu lado.

— Nada aconteceu — eu disse e lembrei as brigas de alguns casais que eu antes tinha achado patéticos, porque as situações se pareciam? —porque não podemos simplesmente seguir nossas vidas? — pedi — está tudo certo agora, em teoria nós não deveríamos perder tempo um com o outro.

— Você ainda acha que tudo isso é um sonho, certo? — ele questionou e eu não pude deixar de hesitar um pouco.

É um sonho — insisti — mas por enquanto não quero pensar nisso... — resmunguei — eu preciso ajeitar todas as coisas que fiz de errado... Consertar a história e depois que tudo estiver certo, eu vou tirar essa história a limpo. Eu só preciso fazer uma coisa de cada vez.

— Se isso é um sonho porque precisa consertar as coisas? — eu senti uma pontada de sarcasmo, mas ele tinha razão... Porque eu me esforçava tanto?

— Porque... Porque eu me sinto responsável! — foi a resposta que eu encontrei — não sou o tipo de pessoa que causa problemas e depois foge! — como se invocado por essas palavras eu lembrei de Eliot. Eu tinha falado com Erick, mas não com o lobisomem e eu sabia que ele seria muito mais complicado — e além disso... Eu... — mordi a língua, porque eu estava falando com ele? Eu não precisava contar nada a ele!

— O que? — Erick insistiu e eu não conseguia ver a razão de seu interesse.

— Qual o seu problema? — perguntei — porque está me perseguidor tanto?

— Eu não sei... Vai ver eu também me sinto responsável — ele respondeu.

— Não sinta. Como eu disse, estamos quites — eu disse, agarrei mais minha mochila e o confrontei — eu disse que ia sumir das suas vistas e pretendo manter isso, você tem... Um futuro brilhante pela frente e deveria se focar nisso... — na história no tempo que Mary tinha ficado longe dele Erick tinha conseguido se tornar um aluno exemplar, tinha tirado o primeiro lugar nas provas, era um dos alunos mais cobiçados do colégio e sua magia tinha recebido um prêmio da convenção das magos ou algo assim — você devia apenas seguir com a sua vida.

— O que eu fiz? — ele perguntou — no futuro, quero dizer, o que você quer que eu faça?

Eu não consegui evitar de puxar ele para um canto, o que ele queria? Me provocar? Achei que já tivesse provado o suficiente para ele de que eu realmente sabia.

— Qual o seu objetivo? — eu perguntei para ele — porque essa insistência? Achei que acreditava em mim quanto ao que eu sei!

— Eu acredito — disse Erick com convicção, mesmo que eu o tivesse pressionado contra a parede meus olhos ficavam a altura de seu nariz, então não devia passar muita credibilidade, mesmo sabendo que eu poderia facilmente espremer sua cabeça como uma uva — confesso que não acreditei a princípio, mas depois de ver você dando a aula, me convenceu... Eu quero te ajudar com os planos de Mary e Mikael... Quero que minha irmã seja feliz — isso parecia ser verdade, mas não toda ela... Provavelmente ele ainda queria mais provas.

Diário de Observação de uma Autoproclamada Personagem Secundário - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora