Capítulo 26

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Nós passeamos mais um pouco antes de sair e esse tempo se prolongou até o almoço, que se prolongou até a tarde.

Bernardo era excelente ouvinte e podíamos falar com ele sobre qualquer coisa e nos três tivemos uma tarde muito agradável.

Quando voltamos para o acampamento as pessoas já estavam pulando no lago ao som de música e se divertindo, provavelmente sendo a festa que Eliot tinha mencionado para nós (já que eu duvidava que tivesse pessoas o suficiente para fazer duas festas no mesmo lugar).

— Acho que já começou... Deveríamos ir? — perguntei incerta e sem muita vontade de ir no momento, nenhum dos dois rapazes havia respondido minhas mensagens e eu estava começando a ficar preocupada... Será que eu tinha ido longe demais nas minhas reclamações e eles tinham desistido?

Me preocupava que fosse mesmo verdade, porque tão rápido quanto meus primeiros amores começaram, eles acabaram... Mas o que sempre era ruim era o porquê. O que eu tinha feito de errado? Quero dizer... Eu tinha feito muitas coisas que pareciam erradas, mas qual delas especificamente?

Balancei a cabeça, tentando tirar tudo isso da minha cabeça.

— Você está bem? — Mary perguntou e eu lembrei de uma pequena coisa sobre aquela festa... Na história original Mary ia sozinha porque Jade não sabia nadar (acho que agora eu poderia me virar), mas ela tinha caibras e Mikael aparecia para salva-la.

Sorri internamente.

Jade cupido! Ativar!

— Sim! Sim! Vamos na festa! — chamei quase a empurrando — vamos? —perguntei a Bernardo.

— Talvez mais tarde — ele me disse e beijou minha testa. Será que eu deveria estar mais na defensiva para alguém que ele reencontrava depois de tantos anos?

Eu dizia que sim.

Jade me dizia que não.

De qualquer forma, eu ia tentar não pensar naquilo também... Provavelmente assim que voltássemos a escola era possível que não nos encontrássemos mais, principalmente porque estávamos em anos diferentes e tínhamos amigos diferentes, mas tínhamos trocado números então manteríamos contato pelo celular.

— Vamos! Vamos! — eu empurrei Mary para fora, eu precisava garantir que ela estivesse no lugar certo na hora certa. Mary teria câimbra e Mike viria para salva-la.

Na história original assim que a salvasse ele a levaria até nossa cabana onde eu estaria e ele iria embora, mas agora que eu estava ali eu poderia fazer com que eles tivessem mais um tempo a sós.

Mikael realmente me devia algumas. Muitas na verdade, afinal ele literalmente só tinha conhecido Mary por minha causa.

Saímos sem nos preocupar muito em carregar coisas, nossa cabana era próxima e qualquer coisa que precisássemos estava a mão.

Mesmo sabendo nadar algo me dizia que eu tinha que pegar uma boia, como se Jade tivesse alguma memória ruim referente a água.

Não tinha uma história que vampiros evitavam água corrente?

Por via das dúvidas peguei uma boia em forma de rosquinha com cobertura rosa fui para a água atrás de Mary.

A temperatura era agradável e haviam não tantas pessoas ali... Umas trinta ou quarenta, mas não passava disso.

Pessoas se divertiam, algumas tinham copos de bebidas nas mãos, outras usavam óculos escuros e jogavam bola. Garotos e garotas seminus brincando, uma cena quase saída de filme, mas que não me impedia de ainda ter um ar um pouco desconfortável.

Diário de Observação de uma Autoproclamada Personagem Secundário - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora