Capítulo 33

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No caminho para a escola eu enviei uma mensagem a Erick, esperava que ele demorasse a responder e que eu o tivesse entendido errado também.

Ele me respondeu rapidamente e não tinha saído da escola naquele lindo dia livre, pelo contrário, estava estudando em seu estúdio.

Se eu tinha me acertado com os outros nada mais justo de falar com ele também.

Fui até seu estúdio e bati na porta, Mary tinha dito algo sobre que sairia com Mikael e ele estava sozinho, a porta se abriu para mim como se fosse automática, mas eu sabia que era influência de alguém mais.

Entrei em silencio, Erick parecia concentrado, as mangas da camisa estavam arregaçadas, ele usava os óculos de grau e o cabelo estava bagunçado para trás. Ele parecia um cientista louco. Elegante com sua camisa, calças sociais e colete, mas mesmo assim um cientista misturando coisas e fazendo anotações.

— Eu... Estou atrapalhando? — perguntei.

Ele estava de costas para mim, as costas dele nunca pareceram tão largas.

— De fato — ele disse — eu nunca tive algo que tirasse tanto a minha concentração como você.

— Hãm... Desculpe? — eu não sabia se estava sendo ofendida ou não, ou se tinha ofendido ele ou não — quer que eu vá embora então?

— Não! — ele disse se virando para mim, ele tinha o cenho franzido, mas não parecia exatamente irritado — porque você é o que tira a minha concentração, mas também é você que me inspira... Eu... — ele passou a mão no cabelo tentando ajeita-lo ainda fazendo anotações com a outra mão — não importa o quanto eu me distraia com você aqui... Não é pior do que ter você longe... Quando você está brava comigo eu não consigo fazer nada direito, nem pensar!

— Erick, eu... — comecei a falar, mas ele não estava me ouvindo, ele simplesmente se aproximou e pegou uma de minhas mãos, ele parecia exasperado.

— Eu sei que parece um pouco patético e até um pouco contraditório, mas depois que eu te conheci parecia que as coisas não eram mais obrigações que eu tinha que completar para provar para todo mundo que eu era realmente filho do meu pai e que merecia seu nome — ele continuou, apertando um pouco mais minhas mãos nas suas — mas tudo se tornou menos sufocante... E eu conseguia fazer as coisas mais fácil, mas porque você acreditava que eu conseguia...

— Erick! — eu segurei seu queixo e coloquei as pontas de meus dedos sobre sua boca para fazê-lo se calar — eu não estou brava com você — eu disse quase rindo — eu... Eu achei que você estava com medo de mim aquele dia e por isso me afastei.

— Sério? — ele tirou minha mão de seu rosto e me puxou para um abraço entusiasmado— graças a deus! Eu já estava enlouquecendo aqui.

— Quanto drama! — eu ri.

— Você realmente me deixou preocupado! — ele disse ainda me segurando — achei que estava brava com a gente por não ter impedido de te levarem, afinal eu e Bernardo estávamos lá para isso!

— Você sabe que eu não preciso de baba, certo? — eu disse — e isso não foi culpa de vocês de qualquer forma, é só que... Vocês pareciam tão assustados... Que eu achei que...

— Você estava com os olhos brilhando e coberta de sangue — ele disse cético — como diabos não ia ficar assustado ou preocupado? E porque você não usou isso? — ele pegou meu pulso e me mostrou a pulseira que ele tinha feito para mim — porque não me chamou? — ele disse acusadoramente.

— Eu... Esqueci? — eu nem mesmo tinha lembrado daquilo.

— Aquele era um dos momentos que eu quis dizer com "em perigo" — ele ralhou.

Diário de Observação de uma Autoproclamada Personagem Secundário - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora