Eu acordei sem saber onde estava, olhei para o teto branco e ouvi pessoas gritando ao longe.
Quando me levantei ainda estava com a roupa de ginastica e deixei escapar um suspiro de alivio, pelo menos ninguém havia tentado fazer eu me trocar de roupa, mas ela ainda estava suja de sangue seco, possivelmente o que tinha caído do meu nariz durante a aula.
Minha cabeça doía.
— Jade? — uma mulher aleatória vestida de medico entrou em meu campo de visão — você está bem?
— Fora uma dor de cabeça? Sim — eu respondi — o que aconteceu?
— Você teve um ataque de abstinência e alguns de seus amigos a trouxeram para cá — explicou a enfermeira.
— E como eu apaguei? — perguntei, não lembrava de muitas coisas... Se eu fosse eu normal pensaria que estava tendo uma belíssima ressaca.
— Bom... Encontraram você em uma das lajes da escola e você estava... — senti que ela se continha para dizer "surtada" — ... Exaltada, então a colocaram para dormir.
— Jade! — Mary e Erick entraram correndo pela porta.
Eu abaixei a cabeça. Eu quase tinha atacado Mary... Tinha desejado seu sangue... Eu não era uma amiga boa o suficiente...
— Mary... Me desculpe... Eu... — não sabia o que dizer... Como se desculpava por possivelmente querer morder o pescoço de uma pessoa e possivelmente matá-la?
— Porque você está tentando se desculpar? — Mary se sentou na beirada da cama e pegou minha mão e sorriu para mim — deve ter sido difícil... Mas você fugiu para nos proteger, não é?
Eu queria protege-los? Porque eu tinha fugido? Eu mal me lembrava das sensações do dia anterior.
Olhei para fora, já estava claro do lado de fora, isso queria dizer que o período de aulas já tinha acabado a muito tempo.
— Quanto tempo eu dormir? — perguntei e me deu conta de outra coisa — como diabos eu dormi? Eu não lembro de quase nada...
— Eu fiz com que você dormisse — foi Erick disse — você não se lembra?
— Na verdade parece que eu estou de ressaca e tudo não passa muito mais que um borrão — confessei, mesmo que eles não entendessem a referência eu não consegui achar uma melhor. Será que vampiros ficavam bêbados?
Mary pareceu confusa, mas Erick ignorou.
— Eu te rastreei até encima da laje do prédio de ciências — disse Erick — eu e mais um professor encontramos você e Eliot — ele me olhou com uma sobrancelha levantada como se esperasse alguma coisa, mas eu apenas assenti para que prosseguisse — então eu fiz você dormir e a trouxemos para cá.
— Eliot? Porque eu estava com Eliot? — perguntei, não lembrava de tê-lo encontrado e se o tivesse, porque ele não fugiu? — e porque e como você me rastreou?
— Você não lembra de nada? — Erick perguntou irritado, algo me dizia que eu não iria querer lembrar do que aconteceu... Mas ao mesmo tempo me deixava mais curiosa.
— Na verdade tudo parece mais ou menos um borrão frenético... — eu disse incerta.
— Aqui — disse a enfermeira me entregando um pote de comprimidos — tome um, toda manhã e se sentir mais alguma coisa como cansaço ou fraqueza venha até aqui imediatamente, ok? Está dispensada.
— Ok... — eu respondi e tirei o lençol que ainda cobria as minhas pernas e sai da cama. Nem a enfermeira e nem meus amigos pareciam muito bem, ambos pareciam cansados — vocês podem ir descansar... Desculpem pelo trabalho...
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Diário de Observação de uma Autoproclamada Personagem Secundário - Concluído
Roman d'amourEu sempre amei romances. Não porque eu era uma adolescente apaixonada, mas porque eu nunca cheguei perto de viver um e não achava que o viveria tão cedo. Aos 25 anos eu já era formada em educação física e dava aulas na academia da minha família. Tín...