Capítulo 22

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Mesmo que ninguém se importasse muito com as aulas nos livros e elas não passarem de um borrão onde nada era ensinado, informado e nada acontecia, eu realmente tive que fazer provas normais e realmente tínhamos um ranking, dos quais eu fiquei entre os 20 primeiros. Acho que minha memória não era tão ruim ou Jade era realmente inteligente (queria acreditar na primeira opção), mesmo assim fiquei orgulhosa.

Acho que um dos motivos de essa parte da história não ser tão divulgada (além de ser ficada na trajetória sofrida por causa do bullying e etc.) Era porque Mary ficava apenas na média, isso quando não passava por muito pouco ou tinha que refazer provas por causa de pouca nota.

Afinal ninguém iria querer admitir que tem uma protagonista burrinha, não?

Eu tinha amigos legais. Eu estava em bons termos com Eliot e Erick e Tereza parecia ter se acalmado, mas mesmo assim a cada dia que passava eu não me sentia melhor.

A cada dia a linha definida entre mim e Jade era mais tênue e eu não sabia se aquilo era bom ou não... E se eu estivesse esquecendo de mim mesma?

Eu sabia controlar meus aspectos vampíricos e agora e os entendia, mas mesmo assim antes eu sabia qual era a diferença entre nós duas, o que eu faria e o que Jade faria, mas agora eu já não sabia mais... Era como se eu tivesse um alterego e eu tivesse o absorvendo... Ou eu estivesse sendo absorvida por ele...

Era confusa essa distinção e a cada forte emoção que eu tinha eu sentia que não era apenas eu e cada vez que eu ficava sozinha a solidão se apoderava de mim como se eu fosse a antiga Jade.

Eu sentia como se Ivan fosse realmente meu pai e minha antiga vida fosse cada vez mais distante. Será que eu estava passando tempo demais ali e me conformando com aquela vida? Chegaria ao ponto que eu não me importaria mais com encontrar novamente minha família e amigos? Meu emprego? Minha vida?

Eu senti um arrepio mesmos sabendo que eu não sentia frio (bônus vampírico!).

— Jade? Você está bem? — Mary sentou à minha frente para tomar o café da manhã, ela quase sempre saia antes de mim, mas as vezes ela me esperava.

— Sim! Sim... — eu disse voltando de meus pensamentos — eu só estava pensando no que fazer... Vamos ter uns dias bem preguiçosos pela frente... Eu acho... — tentei disfarçar, mas meu sorriso vacilava.

Aquele era um final de semana e teríamos mais três dias de feriado e mesmo minha casa sendo longe meu pai queria que eu fosse para lá e eu estava pensando na possibilidade... Logo depois das minhas crises existenciais.

— Ah! Sim! Sobre isso... — Mary olhou para baixo parecendo culpada.

— Mary? — ela estava agindo estranho e algo me dizia que eu deveria ter medo quando Mary parecia suspeita.

— O que foi garotas? — Eliot apareceu e se jogou na cadeira ao lado da minha — planos para o feriado?

Ele as vezes fazia isso... Aparecia do nada apenas para fazer companhia, as vezes eu esquecia que estava tentando me livrar dele, porque ele me fazia rir e até que era divertido e se comportava um pouco melhor com os outros... Mas não se podia encarar tempo de mais se não logo você começa a cair pelo seu charme sexy de lobo alfa.

Mary olhou aborrecida para Eliot, eu sabia que ela não gostava do lobisomem, mas era boazinha de mais para falar alguma coisa contra ele e Eliot... Eliot não parecia estar nem aí para ela, simplesmente era como se ela fosse invisível na maior parte do tempo, mas claro que aproveitava alguns momentos para alfinetar seu irmão, Erick.

— Ainda não... — eu disse e olhei para Mary, mas quando a olhei ela parecia culpada novamente — Mary?

— Eu... Eu me inscrevi no acampamento de três dias da academia — ela disse desviando o olhar e pude sentir que não era apenas isso...

Diário de Observação de uma Autoproclamada Personagem Secundário - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora