Capítulo 52

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Quando me falaram que eu teria que explicar o que aconteceu em frente a uma corte... Eu não achava que estivessem falando realmente sério.

Mas quando entrei pelas portas do palácio até um salão cheio de pessoas me encarando, eu com certeza quis fugir.

Aquilo parecia meu tribunal de acusação e era, mas por sorte não era eu sendo acusada ali...

Como vivíamos em uma monarquia (coisa idiota para se ter entre os vampiros, mas obviamente uma democracia nunca funcionaria) e como em teoria eu era uma nobre (apesar de ser legal e humilde eu era rica e tinha um título de nobreza alto) aqueles crimes seriam julgados como contra a coroa e isso queria dizer que iriamos em frente ao rei, diríamos o que tinha acontecido e ele diria uma sentença.

Ou pelo menos essa era a teoria.

Tinham várias pessoas ali e eram quase todos apenas vampiros, o que parecia tornar o clima ainda mais opressor. Pessoas bonitas e pétreas estavam por todos os lados com suas roupas chiques de marca e mulheres de saltos altos.

Me senti pequena ali, mas ver que eu não era a única deslocada me fazia sentir um pouco melhor.

Erick, Bernardo, Eliot e Mary estavam ao lado de meu pai, assistindo o que aconteceria e no caso a minha entrada dramática até ali.

Quando olhei para frente, para o trono, rei era amedrontador exatamente como eu esperava. Não era velho, mas seus olhos eram duros como um veterano de guerra, ele tinha olhos escarlates como os do filho, assim como o mesmo cabelo branco acinzentado. Será que ele era o primeiro vampiro do mundo ou era o filho do vampiro rei anterior? Nunca parei para pensar nisso... Porque será que ele tinha um filho? E só um? Se fosse muito antigo não seria estranho ter uns 10 ou 15 filhos... Talvez até mais... Será que Mikael tinha irmão escondidos por ai?

Sacudi a cabeça para não pensar em coisas desnecessárias e quase congelei no lugar quando olhei o outro lado da sala.

Charles Ladam estava lá, junto com os outros que provavelmente estavam com ele quando eu fui salva. Eles usavam algemas, não eu achasse que isso fosse segura-los se por acaso ele tentasse fugir, mas ele sorriu para mim quando nossos olhos se encontraram e eu não pude deixar de me encolher um pouco. A velha dúvida brotada por Eliot voltou a me assombrar.

Ele não teria feito nada quando eu estava inconsciente, certo?

Evitei um arrepio e fui para frente tentando evitar reconhecer sua presença.

Ao lado do rei havia uma mulher bonita, provavelmente a rainha, ela usava um vestido preto brilhante e escarpins vermelhos. Ela era bonita, maravilhosa na verdade. Tinha um cabelo loiro avermelhado que estava milimetricamente preso de forma teatral em um coque, sua franja estava solta de forma que de alguns ângulos seu rosto ficasse metade nas sombras e criasse penumbra e tinha lábios carnudos pintados de vermelho e olhos cor de âmbar com cílios que eram abundantes demais para serem de verdade.

Mikael acenou para mim e eu parei seu lado. Nós não tínhamos exatamente ensaiado alguma coisa, mas eu achava que seriam apenas algumas perguntas e depois eu poderia ir embora.

Diário de Observação de uma Autoproclamada Personagem Secundário - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora