Capítulo 51

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Novamente eu acordava e novamente eu não sabia onde estava.

Aquilo estava se tornando um hábito e eu não gostava absolutamente nada disso.

O teto era branco, minha garganta estava seca e eu tinha a visão embaçada, eu estava deitada e quando tentei mexer os braços algo me impediu.

— Não... Não se mexa — alguém me disse segurando minha mão e eu não pude dizer quem era, mas mesmo assim a voz era estranhamente tranquilizadora — vai tirar o soro.

— Soro? — eu resmunguei e usei o outro braço para coçar os olhos, mas foi como se minha pele estivesse coberta com fita adesiva, meu braço parecia um pouco mais fino do que lembrava, assim como minhas mãos pareciam mais ossudas — o que?

— Cuidado... — um par de olhos cinzentos preocupados se assomou a minha frente.

— Erick? — eu perguntei e tentei me sentar, mas seus braços apenas tremeram de esforço e não tive muito sucesso até Erick me amparar. Será que eu ainda estava sob o efeito das drogas? — quanto tempo?

— Uns vinte minutos — ele me disse se sentando na cadeira ao lado de minha cama — nós... Já não sabíamos o que esperar então estávamos preparados para o pior — ele disse e coçou os olhos, ele parecia acabado, tinhas olheiras grandes e olhos vermelhos, seu cabelo parecia não apenas bagunçado, mas também que precisava ser lavado e ele tinha vestígios de barba por fazer. Ele parecia exausto.

— O que aconteceu com você? — eu tentei rir, mas ainda estava rouca e ele me ajudou a alcançar um copo de água que estava perto.

— Eu... Eu preciso avisar os outros... — ele balbuciou, mas a porta se abriu antes que se levantasse.

Um homem de preto entrou e eu fiquei aliviada por ver meu pai normal novamente.

Pai! — eu mal precisei me mover, meu pai veio e me abraçou, ele me segurava forte, mas não a ponto de me machucar, ele também devia ter ficado preocupado... Quanto tempo tinha se passado afinal?

Eliot e Bernardo entraram pela porta. Eles pareciam bem, o braço de Bernardo estava em uma tipoia e Eliot tinha alguns curativos no rosto, mas parecia bem.

Sorri para eles, estava feliz por tê-los ali e vivos.

— Você! — Eliot entrou com raiva, eu podia ver que estava furioso pelo jeito que mostrava os dentes — você ficou maluca? Você sabe como nós ficamos loucos te procurando?

— Wolf! Ela já está mal o bastante, não precisa ouvir isso agora! — Erick disse com a mesma ferocidade, me protegendo e se colocando entre nós.

— Está tudo bem... — eu disse para ele, minha voz saia um pouco mais fácil agora — me desculpem...

— Não fale — disse meu pai erguendo meu queixo — você ainda mal está se curando como um humano normal... — ele fez uma careta, será que meu pescoço estava ta feio assim? — o que fizeram com você...

Diário de Observação de uma Autoproclamada Personagem Secundário - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora