Capítulo 13

52 7 12
                                    

No dia seguinte eu estava remoendo as palavras de Erick, elas me deixavam extremamente feliz, extremamente nervosa, assim como desanimada. Uma mistura de emoções complexas que me deixava completamente confusa.

Seriam esses os sinos da adolescência batendo em minha porta? Não sabia se estava muito feliz com isso... Mas agora eu tinha coisas mais importantes para fazer: precisava interrogar Mary na sala de aula e espremer todas as informações sobre como tinha sido seu encontro.

— Mary! — cantarolei quando cheguei na porta da sala, mas alguém me pegou pelo braço e puxou de volta ao corredor — o que? — olhei confusa para o meu captor.

Eliot não ligou para se eu queria ir ou não, apenas continuava segurando meu braço e me puxava. Na verdade praticamente me arrastava.

— Pera ai! O que você acha que está fazendo? — eu perguntei para e quando puxei meu braço e consegui me livrar ele parou e me olhou — você não pode simplesmente puxar as pessoas desse jeito!

— Venha comigo — ele disse bruto e se virou novamente.

— Agora nós temos aula! — eu disse para ele e ele foi rápido em me pegar pela cintura e me pegou no colo — o que você acha que está fazendo? — eu gritei e me debati.

— Dá para você ficar quieta? Eles vão nos pegar assim! — ele ralhou, correu até uma janela e pulou e por puro reflexo (queria acreditar que era isso mesmo) eu me agarrei a ele, afinal estávamos no terceiro andar — viu como você consegue ser obediente? — ele quase riu.

Eu queria estapear ele e arrancar aquele sorriso de seu rosto, mas ele começou a correr e eu só pude agarrar o pescoço dele para me segurar novamente afinal ele era rápido e com o vento as minhas costas fazendo meu cabelo voar eu não tinha muitos reflexos além desse.

Não sabia para onde ele estava indo, mas não podia fazer muito além de pensar em gritar e me segurar em Eliot.

— Já pode parar de me estrangular agora — ele disse e eu abri os olhos, não tinha percebido que os tinha fechado com força — e de tentar me ensurdecer também — ele reclamou.

Olhei a nossa volta, estávamos na laje de algum lugar, eu via apenas as copas das arvores próximas e os montes escarpados ao longe. Deixei escapar um arquejo de admiração, era uma vista muito bonita.

Senti um braço rodeando minhas costas e vi uma mão descansando em meu ombro, nos dois estávamos sentados no chão.

— O que você acha que está fazendo? — eu perguntei para ele.

— Agora e só você que pode se aproveitar de mim? — ele disse com sarcasmo e notei que ainda estava encostada em seu peito e sentada em seu colo e ele, se aproveitando da situação, mantinha um braço em minhas pernas e a outra tinha descido até perto da minha cintura.

Enrubesci na hora e pulei de onde estava.

— Você...! — eu queria acusa-lo, mas eu não tinha do que já que eu estava solta e tecnicamente era eu que estava sentada encima dele. Cruzei meus braços — o que você acha que está fazendo?

— Cabulando aula? — ele disse com sarcasmo — e eu precisava de uma almofada, então te trouxe aqui.

— Almofada? — eu disse indignada, era nesse momento que ele começaria a me chantagear?

Ele se inclinou e pegou a minha mão, sorrindo quase gentilmente, enroscando as pontas dos dedos nos meus como um convite e se eu não soubesse que ele era um delinquente e sedutor quase me convenceria que era inocente. Quase. Será que esse era o truque?

— Só um pouquinho? — ele tentou me convencer, talvez por ser um lobo ele conseguia ter olhinhos de cachorro pidão — o sinal já tocou... Mesmo se você sair agora se chegar na sala ainda vai estar encrencada... Sugiro que você espere até o intervalo... Por favor?

Diário de Observação de uma Autoproclamada Personagem Secundário - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora