Capítulo 12- Decisões

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"Você conhece esse teatro, já viu essa peça diversas vezes, decorou os atores e sabe bem as más intenções do protagonista. Então porque diabos você ainda acredita?"

Narração Valéria*

- Talvez eu tenha um pouco de receio sim porque afinal se tem algo que você me mostrou é que sou humano e sei que não sou perfeito, mas para pra pensar Valéria, que vida eu poderia lhe oferecer? Eu não sei ser outra coisa que não Padre, todos iriam contra nós, minha família, sua família..

Aquelas palavras, eu não queria chorar, não queria.

- Maria me disse que você canta. - Comento como uma possível solução.

- Olha pra mim Valéria, acha mesmo que tenho cara de cantor?

Olho para o chão.

- Nada disso importa mais afinal, amanhã já não estarei mais aqui e você não terá que escolher e nem sacrificar nada que se refira a mim, continuará sendo o filho Sacerdote para sua mãe e o Padre correto para a cidade, eu serei a pecadora, a tentação e então será o fim.

Dito isso eu me afasto dele e vou para o quarto, precisava chorar, sozinha e sem que ele me visse.

Quando já não agurntava mais chorar e meus olhos já estavam inchados o bastante acabei adormecendo, a dor resolveu me dar revanche.

Abro os olhos de relance, não sei o quanto eu dormi mas quando abri os olhos eu o vi ali, parado em frente a cama me olhando.

- Eu estou sonhando? - Pergunto para ele.

- Está, eu não sou real, vira para lá.- Aponta para o outro lado e é o que eu faço, mas antes de entrar nas profundezas da escuridão do meu sono eu escuto de longe.

- Eu não quero que você vá, não me deixe Valéria, por favor..

Sussurros, é tudo o que eu escuto antes de apagar definitivamente.

Padre SantanaOnde histórias criam vida. Descubra agora