Capítulo 21- Casamento

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"Dentre todos os amores, o próprio."

Narração Vale*

Eles me mantem sobre vigilância a volta toda, e quando chegamos estou de volta aquela maldita casa presa no meu antigo quarto, já fazia três dias que eu estava ali, três malditos dias que minha vida tinha acabado.

- Vocês tem meia hora.

Minha mãe abre a porta e entra com duas mulheres.

- Quem são elas? - Pergunto tentando me afastar.

- Sua maquiadora e cabeleireira, elas vão te arrumar para o casamento, vai ser no civil mesmo porque se trouxermos um padre pode ser que você tente alguma gracinha, o juiz já está chegando.

- Prefiro morrer a me casar com aquele homem.

Até o momento eu tinha esquecido ou tentado a existência dele, seu nome era Carlos, filho de uma família bem sucedida, um dia ele saiu com meu pai, tentaram assaltar eles mas Carlos lutou contra o assaltante que atirou de raspão contra o meu pai,depois de salvar a vida dele, Carlos pediu algo em troca, eu.

Ele era desprezível, tratava as mulheres como lixo, eu via várias saindo de seu quarto mas por incrível que pareça, ele sempre me respeitou, sempre me dava flores, dizia que eu era diferente, tinha nojo dele mesmo assim.

- Se você não se casar, seu amado Padre vai ficar preso, não entendeu ainda? Enquanto estiver solteira a mãe dele vai o manter lá, mas se você colaborar, ele vai ter a liberdade dele. É um bom sacrifício não é? Sua liberdade pela dele, se o ama mesmo, vai fazer o que tem que fazer.

Pensando no Luan, eu cedo. Um de nós dois merecia ser feliz e se fosse para escolher, que fosse ele então.

- Tudo bem, eu me caso.

Deixo elas fazerem o que querem como se eu fosse uma boneca e na hora de assinar os papéis, era assim que eu me sentia, não tinha esboço algum de sentimento, eu só queria morrer, desde que Luan vivesse em liberdade.

- Casados, aos olhos da lei. - O juiz afirma, Carlos sorri, eu choro.

Padre SantanaOnde histórias criam vida. Descubra agora