Capítulo 3 Ela se apaixonará por Ele (part.4)

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Dedos quentes encostam-se às minhas costas:

- Olá!

Num sobressalto, viro e dou de cara com ele.

- Nossa! Que susto que você me deu!

- Susto? Por quê?

- Você foi dar um mergulho e desapareceu por muito tempo, já estava pensando que tinha se afogado, sei lá...

- O que você está falando? – responde com uma cara perplexa.

Só nesse momento pude reparar que ele não estava mais com a bermuda verde, mas sim com uma vermelha, completamente seco e com óculos escuros na nuca, as hastes apoiadas no pescoço.

- Não acredito – disse, olhando para seus trajes e seu corpo – Como você consegue fazer isso?

- Amanda, realmente não estou entendendo.

- Como você conseguiu trocar de roupa tão rápido?

- Desde que cheguei à praia eu estou com essa bermuda!

- Ok, ok. Eu tenho que me acostumar com esse seu jogo. Vamos fingir que nada aconteceu antes – digo chegando perto do rosto dele e dando um beijo rápido em sua boca.

- Você está bem, Amanda?

- Ótima e você? – devolvo, me sentando calmamente na cadeira.

- Pode me explicar o que acabou de acontecer?

- Nada não. Mais um dos meus surtos psicóticos. Esqueci-me de tomar o remédio. Se você quiser continuar saindo comigo, vai ter que se acostumar com esse tipo de coisa – respondo com o ar de ironia, facilmente percebido por ele.

- Não entendi esse seu tom de sarcasmo...

- Esquece isso – digo, não o deixando continuar sua fala – senta aqui comigo. Ele absorve o fim do assunto e vem ao meu lado.

- Tinha alguém com você antes? – pergunta ao constatar a segunda cadeira alugada.

Olho-o com os olhos cerrados e respondo que sim, mas que já havia ido embora.

- Demorei muito?

- Não, não. Achei que você ia me ligar quando chegasse Marcelo responde.

- Encontrei esse amigo no caminho e viemos conversando. Aí acabamos chegando junto na praia e, de repente, quando vi, você já estava ao meu lado.

- Eu te vi de longe. Enxerguei sua luz ofuscante a metros de distância – diz com um sorriso lindo de cafajeste, botando a linguinha de fora, que me tirou uma risada.

- Sem cantadas bregas, Don Juan, por favor.

- Quem era esse amigo, hein? – pergunta fingindo no tom a existência de um sentimento de ciúme.

- Um amigo que conheci há pouco tempo. Muito parecido com você, aliás – respondo ironizando forte e, como sempre, tentando buscar a verdade por entre os sinais de sua face.

- Então ele é lindo, maravilhoso, inteligente e divertido como eu? – brinca novamente, mantendo o sorriso jovem, branco, feliz e, principalmente, safado.

- Ah coitado, como se acha. Tá achando que tem com essa bola toda é? 

- É o que dizem por aí...

- Nossa! Então se você está concorrido assim, mas fica correndo atrás de mim, implorando pra me dar carona, me ligando desesperado no dia seguinte pra sair, indo no estádio de futebol comigo na torcida adversária e me chamando pra praia no final de semana, é porque pouca coisa eu não sou né...

O Homem do Futuro do PresenteOnde histórias criam vida. Descubra agora