A Luz em Meio a Escuridão

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Quando enfim consegui dormir as coisas voltaram a ficar não tão boas. Não era uma visão com Escarmom, em relação a isso acho que não precisaria mais me preocupar, Taru havia feito algo para calar Escarmom, pelo menos por hora. Na minha visão via uma grande fogueira ardendo no meio de uma floresta, acho que conhecia aquele lugar, mas a imagem estava embasada e cheia de ondulações como uma cortina balançando no vento.

A madeira estralava, dando mais força para o fogo que queimava alguma coisa escura e peluda. Uma música estranha tocava ao fundo, com a junção de vários tambores com sons diferentes.

A lua cheia brilhava no céu noturno, quase não haviam nuvens. Abafado por entre os sons dos tambores podia ouvir lobos uivando, como se cantassem uma doce música juntos. Ao redor da fogueira consegui ver a sombra dos lobos, caminhando em círculos com a cabeça baixa, quando pararam todos eles se sentaram e levantaram suas cabeças para o alto, uivando até que não pudessem mais prender o folego. Foi então que entre as labaredas dançantes da fogueira, reconheci um par de olhos castanhos brilhantes; era Jonathan.

Acordei com o som dos tambores ainda batendo na minha cabeça, precisei de alguns segundos para me recuperar e enfim me trocar, tive sorte que Serafim havia mandado trazer minhas roupas, não ia suportar ficar usando essas roupas coloridas bordadas a fios de ouro que as fadas costumam usar, nada como o bom e velho moletom preto.

Por um momento quis acreditar que tudo o que havia acontecido no dia anterior havia sido apenas mais um sonho bizarro, mas assim que cheguei na enfermaria do castelo me deparei com a dura realidade. Todas as macas estavam lotadas de feridos e enfermeiras iam e vinham o tempo todo, pareciam exaustas. Entre os feridos haviam até mesmo soldados da Ordem, deixados para trás depois que a batalha acabou, desta forma eram mais do que os curandeiros e magos podiam curar. Entretanto não pareciam estar em um estado muito grave, nada mais do que alguns membros enfaixados e imobilizados, a maioria estava dormindo serenamente e não pareciam sentir dor.

―Neron!

Ouvi alguém chamando pelo meu nome, quando me virei era Serafim, seus cabelos estavam amarrados com sua trança costumeira, mas estava mal feito e sujo. Assim que a vi fui correndo até ela, que também não estava cheirando muito bem.

―Mãe! Eu fiquei preocupado quando soube que estava na enfermaria.

―Ah isso não foi nada, apenas usei poder mágico demais para curar tantas pessoas, mas estou impressionada como fiquei mais forte. ―Disse colocando as mãos na cintura. ―Só precisei descansar um pouco para recuperar minhas energias, tem muitas pessoas precisando de ajuda e todos também esgotaram suas energias na batalha, temos sorte que o reino das fadas possui uma grande quantidade de plantas medicinais.

Serafim como sempre se preocupando com todos acima de si mesma. Ela agia normalmente como se não tivesse visto tudo aquilo o que fiz, ou estava apenas tentando ignorar o fato que eu poderia ter matado todas essas pessoas.

―Me desculpe. ―Disse de cabeça baixa, evitando olhar nos olhos dela.

―Filho porque está pedindo desculpas? ―Serafim levantou o meu rosto me fazendo encarar seus olhos verdes e brilhantes. ―Você salvou todos nós, todas essas pessoas.

―Não é verdade, se Taru não tivesse aparecido...

―Eu sei que foi você que impediu Escarmom de acertar todas aquelas laminas negras. Que eu saiba ele não controla corvos.

Não soube como responder aquilo e também não me senti mais motivado. Porém quando falou sobre os corvos me veio em mente uma pessoa, será que ele havia me ajudado?

O Corvo e o Lobo 2 - A magia do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora